sexta-feira, 17 de maio de 2013

Síndrome de burnout ou estafa profissional e os transtornos psiquiátricos


Síndrome de burnout ou estafa profissional
e os transtornos psiquiátricos
(resenha)

Telma Ramos Trigo


O objetivo do artigo em questão é o de realizar uma revisão bibliográfica a respeito da síndrome de burnout no Brasil e em outros países, considerando possíveis fatores de risco para seu desenvolvimento, associação com outros transtornos psiquiátricos e consequências para o indivíduo e organização em que trabalha.
Foi feita uma busca no período de 1985 a 2006 cruzando-se o termo "burnout" e o outros selecionando artigos na língua portuguesa, espanhola, alemão e inglesa.
Assim como indicar a prevalência que, ainda é incerta e, que varia, de 4% a 85,7% conforme a população estudada. Podendo apresentar comorbidade com alguns transtornos psiquiátricos como depressão.
Os efeitos podem prejudicar o trabalhador em níveis individual, profissional e organizacional.
O burnout é um processo iniciado com excessivos e prolongados níveis de estresse no trabalho.
Entre os fatores de risco para aumento dos custos médicos e valores desses custos estão: em primeiro lugar a depressão; em segundo lugar o estresse elevado associado à incapacidade por parte do indivíduo em lidar com esse estado (46%) e; em terceiro, os primeiros associados (147%).
Os autores constataram que indivíduos que trabalham em condições de muitas demandas psicológicas associadas a baixo poder de decisão tem maior prevalência de depressão quando comparados a trabalhadores não expostos a essa condição. (Mausner-Dorsch e Eaton, 2001)
O ambiente de trabalho quando negativo está associado ao burnout/depressão. Há indicações que situações estressantes de origem familiar e laboral são fatores de risco para o desenvolvimento de desordens relacionados ao estresse.
O burnout foi reconhecido como um risco ocupacional para profissões que envolvem cuidados com a saúde, educação e serviços humanos (Golembiewski, 1999; Maslach. 1998; Murofuse et al. 2005)
        Ainda, os autores, consideram que as pressões na saúde mental mundial estão  se intensificando. De acordo com as Nações Unidas, o mundo será mais velho, mais populoso e mais pobre aproximadamente em 2050. Como as condições  ao seu redor criam tensão (estresse) e ansiedade, mais pessoas serão suscetíveis a transtornos mentais.
        Segundo a OMS, “nossa saúde mental tem um impacto opressivo em nossas habilidades para funcionar e participar na sociedade. Temos de começar a  colocar mais de nossos recursos a favor da saúde mental”.









quarta-feira, 3 de abril de 2013

Elefantes e LSD



O que acontece se você der LSD a um elefante? Numa sexta-feira, dia 3 de agosto de 1962, um grupo de pesquisadores de Oklahoma decidiu descobrir.
Warren Thomas, diretor do zoológico municipal, aplicou 297 miligramas de LSD em Tusko, o elefante. Dois outros cientistas, Louis Jolyon West e Chester M. Pierce, da faculdade de medicina da Universidade de Oklahoma, o acompanhavam.
A dose usada corresponde a 3 mil vezes a dose típica utilizada em seres humanos. É a maior dose de LSD jamais administrada a um ser vivo.
Posteriormente os cientistas explicaram que a experiência foi planejada para descobrir se o LSD induziria o elefante ao estado de musth (um frenesi temporário que alguns machos às vezes experimentam durante o qual se tornam extremamente agressivos e secretam uma substancia de odor desagradável pelas glândulas temporais). Alguns críticos, no entanto, alegam que não passou do desejo de satisfazer uma curiosidade doentia.
Seja lá qual foi a razão do experimento, ele não saiu como planejado. Tusko reagiu como se tivesse sido picado por uma abelha. Trombeteou por seu cercado por alguns minutos e então caiu de pernas para o ar. Horrorizados, os pesquisadores tentaram revivê-lo, mas cerca de uma hora depois o elefante estava morto. Os três cientistas concluíram constrangidos “Parece que elefantes são altamente sensíveis aos efeitos do LSD”.
Nos anos que se seguiram houve controvérsia acerca da causa da morte do animal. Alguns alegavam que não foi o LSD o causador do óbito, mas sim as drogas utilizadas para tentar reanimá-lo. Então, vinte anos depois, Ronald Siegel, da Universidade de Los Angeles, decidiu dar fim ao debate administrando a mesma dose de LSD a dois outros elefantes.
Ao invés de injetar o LSD, Siegel misturou a droga na água. Quando administrado dessa forma o LSD parece não ser fatal aos animais. Os elefantes não só sobreviveram como permaneceram calmos. Ficaram vagarosos, balançando para frente e para trás e emitiram ruídos estranhos parecidos com chios e trinados, mas em algumas horas já estavam de volta ao normal.
Entretanto, Siegel observou que a dosagem que Tusko recebeu pode ter excedido o limiar de toxicidade, de forma a ser impossível precisar a causa da sua morte.
A polêmica continua.

Fonte:

quarta-feira, 27 de março de 2013




COMO OS CEGOS DE NASCENÇA SONHAM?
Todas as pessoas sonham e fazem isso várias vezes por noite. Muitas vezes, ao acordar, lembramos claramente do que vimos, do que passamos, como nos sentimos e quem estava no sonho. Mas é exatamente aí que surge uma interessante questão. Se os cegos de nascença nunca tiveram contato com a imagem visual, então, como são formados seus sonhos?
Segundo Liliane Camargos, psicóloga e mestre em teoria psicanalítica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), "os sonhos surgem no período REM do sono, em que a atividade cerebral é semelhante a da vigília". A psicóloga afirma ainda que os sonhos são fundamentais para uma boa saúde física e mental. "Eles possuem importância para aprendizagem, para transformar a memória de curta duração em memória de longa duração". Além disso, acrescenta Liliane, o sonho "é um recurso do qual nosso aparelho psíquico se apropria para manifestar desejos inconscientes reprimidos". E ela garante que eles sempre têm um sentido, por mais bizarros que possam parecer.
"Os sonhos são feitos, perceptivamente, de materiais capturados pelos órgãos dos sentidos recolhidos no dia anterior ao momento do sono. Se uma pessoa possui uma memória perceptiva visual, auditiva, tátil, olfativa e gustativa, todos estes elementos podem aparecer reconfigurados nos sonhos", diz a psicóloga.
Por isso, segundo Liliane, as pessoas que já vieram ao mundo cegas sonham normalmente todas as noites usando as suas experiências. "As pessoas confundem muito o sonho com a percepção visual, por isso existe a dúvida se uma pessoa cega sonha. Isso acontece porque o sentido visual, para quem enxerga, se torna o mais utilizado e evidente, inclusive nos sonhos. Mas nada impede que uma pessoa com visão também sonhe sem imagens visuais".
No caso das pessoas que já nasceram cegas seus sonhos são compostos por situações de diversos tipos, vividas e percebidas do modo como elas "veem" o mundo acordadas, esclarece ela. "Seus sonhos são formados por imagens perceptivas, não visuais, como imagens auditivas, táteis, olfativas e gustativas. Mesmo sem a imagem visual, a sensação que um cego de nascença tem ao sonhar é a mesma de uma pessoa que possui a uma pessoa que perdeu a visão sonha de modo diferente de uma pessoavisão".
E então surge outra dúvida. Será  que já nasceu cega? De acordo com Liliane, quando uma pessoa perde toda a visão, ela sonhará com imagens visuais por um certo período. Mas com o tempo, tais imagens visuais irão se apagando de sua memória e ela passará a utilizar outros sentidos para sonhar.
"No caso de pessoas que possuem baixa visão, ou visão subnormal, elas sonharão assim como percebem o mundo acordadas, com imagens visuais incompletas", completa Liliane Camargos.
Redação Terra

Disponível:
acessado em: 27/03/2013

domingo, 24 de março de 2013

A SUTILEZA DAS CONVULSÕES PARCIAIS



A sutileza das convulsões  parciais


Um veterano de guerra sujeito a automatismos leu no jornal a respeito de um homem que abraçou uma mulher em um parque, seguiu-a até o banheiro feminino, e depois tomou um ônibus. A partir da descrição fornecida, ele se deu conta que o homem era ele.
Em uma certa manhã, um médico saiu de casa para atender uma emergência do hospital e voltou algumas horas depois, bastante confuso, sentindo como se tivesse tido um pesadelo. No hospital, ele realizou uma operação difícil ... com sua competência usual, mas depois fez e disse coisas que julgava inapropriadas.
Um jovem professor de música, enquanto assistia a um concerto, caminhou pela coxia até o palco, caminhou ao redor do piano, pulou no chão, deu um salto e saiu correndo pelo corredor, recuperando a consciência no caminho para casa.  Muitas vezes ele se flagrou em um ônibus longe de seu destino.
Um homem, tendo um ataque, foi até o seu patrão e disse "eu quero ganhar mais ou me demito". Mais tarde, para sua surpresa, verificou que o seu salário havia subido.
 Embora os pacientes pareçam estar conscientes durante seus ataques parciais complexos, eles, em geral, têm pouca ou nenhuma lembrança. Aproximadamente, metade de todos os casos de epilepsia são da variedade parcial complexa – os lobos temporais são particularmente suscetíveis a descargas epilépticas. Uma convulsão parcial não envolve o cérebro todo. Por razões desconhecidas, os neurônios epilépticos em um foco começam a disparar em conjunto, e são esses surtos sincronizados dos neurônios que produzem os picos epilépticos no EEG. A atividade sincronizada pode ficar restrita ao foco até que o ataque termine, ou espalhar-se para outras áreas do cérebro - porém, no caso de convulsões parciais, ela não se espalha para todo  o cérebro. Os sintomas comportamentais específicos de uma convulsão epiléptica parcial dependem de onde as descargas perturbadoras começam e para que estruturas se espalhem. Como as convulsões parciais não envolvem todo o cérebro, elas normalmente não são acompanhadas por perda total de consciência ou de equilíbrio.


Fonte:
Biopsicologia – John P. J. Pinel
Para saber mais acesse:


sábado, 16 de março de 2013

O caso Lorena Bobbitt






Era apenas mais um dia na vida de Lorena Bobbitt. Seu marido, John Wayne Bobbitt, chegou em casa tarde e, de forma grosseira, a abordou sexualmente. Dessa vez ela o recusara por estar bêbado. Embora ela o tenha recusado, John dominou o seu 1,55 m de altura e a estuprou. Às quatro horas da madrugada, Lorena,de posse de uma faca de cozinha trinchante, mutilou o marido enquanto ele dormia. Em seguida, colocou o pênis, com gelo, dentro de um saco com fecho de correr e saiu de carro, levando-o na mão, enquanto dirigia pela cidade. Por fim, acabou jogando o saco pela janela do carro e seguiu em direção à casa de uma amiga. Lorena, uma manicure, então com 24 anos, até essa noite parecia viver uma vida normal e monótona. O que poderia te-Ia levado a praticar um ato tão agressivo? De acordo com o que Lorena relatou posteriormente, John a havia maltratado emocional, física e sexualmente durante todo o tempo em que estiveram casados. Em algumas ocasiões ele a surrou, obrigou-a a ter-relações anais e chegou a forçá-Ia a praticar aborto.Ela reclamou, também, que ele nunca, jamais, a esperou chegar ao orgasmo. Contudo, se isso tivesse continuado por mais quatro anos, o que seria diferente em relação a essa noite em particular? Lorena disse que naquela noite, depois de ser agredida começou a ter lembranças de todos os outros momentos em que seu marido a havia aterrorizado. Disse que, a partir daquele momento, havia perdido a noção da realidade e que, no instante em que atacou o marido, não estava controlada. John. então com 26 anos, negou haver molestado a própria mulher, embora tenha admitido casos extra conjugais. Estava Lorena apenas se vingando de sua infidelidade e certificando-se de que ele nunca mais pudesse traí-Ia sexualmente? O que diria Freud sobre tudo isso se estivesse vivo? De acordo com a teoria psicanalítica, há muito mais coisas ocorrendo na nossa frente do que nossos olhos podem ver: o comportamento de Lorena provavelmente teria sido atribuído a motivos inconscientes, influenciados por conflitos sexuais internos. Ela não era necessária e totalmente uma vítima porque, afirmam os freudianos, muitas mulheres têm o desejo inconsciente de sofrer (como comprovado pelas várias mulheres, machucadas que permanecem em relacionamentos deteriorados). Explicação mais provável seria a de que o problema de Lorena consistia na incapacidade de controlar o próprio id, o qual estava procurando liberar a sua tensão IibidinaI. Em poucas palavras, Lorena estava sofrendo de inveja do pênis, sentimento comum à maioria das garotas, mas poucas agem diretamente. Se Lorena tivesse podido ter seu bebê, isso poderia ter sido evitado. Dar à luz é uma das formas por meio da qual o ego tenta satisfazer o desejo da mulher quanto a sentimentos de força e auto-estima, que os homens tem em virtude da anatomia masculina. Em vez disso ela foi compeli da pelo marido a abortar. Talvez, por isso, ainda tenha procurado recapturar o pênis que lhe havia sido negado no nascimento. Esses sentimentos de desejo ajudam a explicar porque ela preservou cuidadosamente o órgão do marido em um saco fechado com gelo - o pênis era valioso para ela. O que é muito incomum nesse caso é Lorena ter sido de fato totalmente influenciada pela preocupação com o pênis do marido. De acordo com a teoria freudiana, esses conflitos são inconscientes e, portanto, em geral, se apresentam de outras formas.
Lorena afirmou que ela "queria apenas que ele desaparecesse". Mas é interessante que a maneira como ela o tirou da sua vida foi pela remoção do pênis, tornando-o, na visão freudiana, um homem sem valor e inferior. Além disso, esse golpe de vingança indiretamente lhe permitiu obter um pênis só seu.
Lorena foi julgada e absolvida porque suas pulsões foram consideradas irresistíveis. O júri chegou à conclusão de que ela não poderia ter tomado precauções para impedir que ela mesma praticasse esse ato. Portanto, de certa forma, a sociedade moderna aceita a ideia de conferir demasiado poder a motivações inconscientes. Freud teria dito que o ego e o superego de Lorena deixaram de controlar suas pulsões internas e o id venceu a batalha pelo que ele mais desejava. Na verdade, a teoria freudiana foi objeto de discussões acaloradas sobre a teoria do ponto de vista legal. Aos olhos da lei, se às vezes somos controlados pelo id, como podemos ser considerados responsáveis por nossas ações?
O caso Bobbitt é um bom exemplo para abrir uma discussão sobre os pontos positivos e as fragilidades das teorias de Freud. Por um lado, é quase impossível, algum dia, revelar, de maneira francamente científica, as verdadeiras motivações de Lorena. Por outro, a tremenda  fascinação por esse caso no mundo inteiro indica que algo muito importante do comportamento humano - algum segredo profundamente sombrio – foi tocado, da mesma maneira que o doutor de Viena teria  previsto.


Fonte:
Friedman & Shustack - Teorias da Personalidade

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE


TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE


Embora não haja nenhuma fronteira evidente entre personalidades normais e anormais, o estilo de comportamento de algumas pessoas é problemático e mal adaptado. Esses padrões prejudicam o desempenho e o bem-estar das pessoas e são denominados transtornos de personalidade. Esses distúrbios normalmente são estáveis mais ou menos no início da idade adulta e duram muitos anos. As pessoas que sofrem de algum distúrbio podem ser exageradamente desconfiadas, excepcionalmente emotivas ou notadamente ansiosas. Em geral, são aquelas pessoas problemáticas com as quais nos defrontamos no dia-a-dia. Contudo, não são delirantes e deprimidas. A seguir são relacionados dez transtornos de personalidade. Por vezes são reunidos em três grupos, e isso depende do problema principal, ou seja, se  trata de suspeita (desconfiança), emotividade ou ansiedade. É provável que você reconheça algumas dessas características em você mesmo, mas isso não significa que tenha algum transtorno de personalidade. Na verdade, todos eles são padrões extremos que criam problemas contínuos. Se você conseguir compreender adequadamente as oito perspectivas básicas da personalidade explicadas neste livro, poderá refletir em profundidade sobre as várias causas interrelacionadas desses transtornos.

 1.  Paranóide.
Os paranóicos (ou paranóides) são muito desconfiados e presumem que os outros estão contra eles. Ofendem-se com muita facilidade e, na maioria das vezes, enfrentam dificuldades no local de trabalho. Suspeitam do cônjuge e dos colegas de trabalho e criam aversão por eles.

     2. Esquizóide.
Os esquizóides optam por ficar sozinhos e geralmente não expressam seus sentimentos. Eles não se importam muito com elogios ou críticas de outras pessoas. (Observe que essas pessoas não são particularmente propensas à esquizofrenia, cuja sintomatologia são delírios e alucinações.) Eles têm poucos amigos íntimos e poucos encontros sexuais. 

3. Esquizotípica.
Os esquizotípicos são também extremamente solitários (evitam outras pessoas), mas, em geral, seu estilo de agir e vestir-se é peculiar e excêntrico. Por exemplo, eles dão gargalhadas em situações incomuns ou vestem roupas inadequadas para a estação. Tendem a acreditar em mágicos ou bruxas.

    4.  Anti-social.
As pessoas que sofrem do transtorno de personalidade anti-social são extremamente irresponsáveis e com freqüência criminosas. Por exemplo, na adolescência! tendem a ser vadias, mentirosas e a furtar. Essas pessoas são briguentas e geralmente gostam de consumir drogas
ilegais. Tendem a ser cruéis com os animais.

    5.  Borderline.
As pessoas que sofrem desse transtorno são tão emotivas e instáveis que chegam, na maior parte dos casos, a fazer ameaças ou a tentar o suiódio. É provável que tenham sido vítimas de maus-tratos físicos ou abuso sexual e tenham problemas significativos com a própria identidade e a auto-estima. Tendem a ter acessos de comilança (hiperfagia), a serem negligentes ao volante ou sexualmente promíscuas.

6.  Histriônica.


As pessoas que sofrem desse transtorno de personalidade  são extremamente emotivas e adoram chamar a atenção.  elas precisam ter a certeza de que são atraentes e, por esse motivo, vestem roupas chamativas e sedutoras.

7.  Narcisista.
As pessoas narcisistas são presunçosas e tentam se aproveita: de outras pessoas. Contudo, precisam constantemente da aprovação e da atenção alheias.

8.  Esquiva.
 As pessoas que sofrem desse transtorno de personalidade são muito tímidas e ficam facilmente embaraçadas. Evitam amizades íntimas. visto serem autocríticas, e temem ser de alguma forma menosprezadas. Sentem-se inferiores.

9.  Dependente.
As pessoas dependentes fazem praticamente qualquer coisa para obter a aprovação alheia. Tendem a ter relacionamentos muito submissos e têm muito medo de serem abandonadas. Se oferecem como voluntárias para tarefas desagradáveis apenas para obter aprovação alheia.

10.              Obsessivo-compulsivo.
Os obsessivos-compulsivos são extremamente perfeccionistas. Tendem a se empenhar demais no trabalho, a se preocupar com detalhes e a ficar apreensivos sobre se as coisas serão feitas exatamente à sua maneira.

É fundamental a compreensão de que muitos de nós até certo ponto têm alguns desses traços. Entretanto, essas classificações podem, às vezes, ajudar a compreender e a auxiliar alguém cujo padrão de comportamento é extremo e, portanto, criador de problemas contínuos e sofrimento. Na nossa opinião, esses padrões podem ser abordados em profundidade, em sua origem, compreendendo-se plenamente os oito aspectos básicos da personalidade.

 Fonte:
 Teorias da Personalidade – Friedman & Schustack

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A fisiologia da dor de cabeça


A fisiologia da dor de cabeça

Atualmente, um grande número de pesquisas vem sendo realizado no mundo todo com o intuito de elucidar os mecanismos fisiopatológicos da enxaqueca, ainda não totalmente esclarecidos.
Uma série de fatores interagem para o desencadeamento das crises:

        a. Predisposição e transmissão genéticas:
• alta incidência em parentes de lº grau;
• alta incidência em gêmeos.

        b. Predisposição ambiental:
• hormônios femininos: a partir da puberdade a enxaqueca ou migrânea é mais comum no sexo feminino;
• estresse psicossocial;
• alimentos, álcool, fatores miogênicos.

        c. Anormalidades bioquímicas:
• o cérebro do migranoso possui algumas peculiaridades, tais como a assimetria do fluxo sanguíneo cerebral entre as crises e o SNV (Variações do Contingente Negativo) aumentado, o que significa que o cérebro está hipersensível;
• plaquetas: o fator liberador plaquetário libera serotonina das plaquetas;
• aminoácidos excitatórios aumentados, como o glutamato e o aspartato;
• magnésio central diminuído.

A. SUBSTÂNCIAS IMPORTANTES NESSE MECANISMO

a. Serotonina (5 HT)
Desde a década de 60 a serotonina é conhecida como um dos protagonistas no mecanismo da migrânea, com base nas seguintes evidências dos migranosos:

• o 5HIAA, metabólito 5HT, está aumentado na urina;
• os níveis de 5HT estão diminuídos na jugular;
• fator liberador de 5HT das plaquetas;
• reserpina, por provocar a liberação de serotonina, causa crise de migrânea;
• m-CCP,agonista 5HT1C, causa migrânea;
• antagonistas do 5HT2 são usados no tratamento profilático da migrânea;
• agonistas 5HTlD são usados como abortivos da crise de migrânea.
A serotonina potencializa os efeitos álgicos da bradicinina. Em determinados receptores é hiperalgésica e em outros, hipoalgésica, embora ainda não se conheça detalhes deste mecanismo.

b. Peptídeos Vasoativos
Como exemplos temos as taquicininas (substância P, neurocinina A e VIP-Peptídeo Intestinal Vasoativo) e o CGRP.
• a substância P e o CGRP estão aumentados na jugular durante a crise de migrânea;
• seu efeito nociceptivo a nível central, por estimulação dos nociceptores, é questionável.
Tanto a substância P como o CGRPe a neurocinina A produzem somente hipotensão arterial pela vasodilatação e conseqüente aumento da permeabilidade vascular, não causando dor. Portanto, têm efeito apenas mantenedor da crise de migrânea (não desencadeiam a crise dolorosa, apenas a mantém uma vez iniciada).

c. Óxido Nítrico (NO)
Há 50 anos já se sabia da importância do NO no mecanismo da migrânea, de acordo com algumas observações:

• a NTG(nitroglicerina) pode causar cefaléia;
• a histamina leva à cefaléia via NO;
• efeito vasodilatador:
• efeito nociceptivo duvidoso.
Isoladamente, a exemplo dos peptídeos, é apenas mantenedor da crise pelo efeito vasodilatador.

Já os seus derivados são substâncias com um efeito nociceptivo importante, sendo formados pelo NO ligado aos radicais de enxofre no organismo.

d. Catecolaminas ( Adrenalina, Noradrenalina, Dopamina )

O sistema catecolaminérgico central está hiperativado (CNV aumentado) nos pacientes migranosos, levando a uma hiperexcitabilidade cerebral; daí a explicação para o efeito positivo dos B-bloqueadores no tratamento da migrânea.

e. Histamina

Possui um efeito hiperalgésico a medida que libera NO.

f. Prostaglandinas
Estão envolvidas nos processos inflamatórios e potencializam a resposta nociceptiva.

B)TEORIAS

Existem algumas teorias que tentam explicar a fisiopatologia da migrânea.

a.  Teoria vascular de Wolff – 1940

Preconiza que a migrânea seja causada pela dilatação dos vasos arteriais.

b.  Teoria de Heick – 1960

Infelizmente essas duas teorias não explicam os fenômenos autonômicos que acompanham a crise migranosa.
Acredita-se que a migrânea seja causada pela dilatação das anastomoses arteriovenosas. É apoiada pelo fato de o Sumatriptano (droga usada no tratamento da migrânea) ter ação vasoconstritora nessas anastomoses.

c. Teoria Neural
Propõe que a causa da migrânea seja a distensão, inflamação ou compressão de estruturas sensíveis à dor nos segmentos cranianos. Essa teoria pode ser bem aplicada às cefaleias secundárias, mas falha em relação às primárias.

d. Teoria Neurovascular de Moscovis
Atualmente é a mais aceita. Haveria um estímulo desconhecido na terminação aferente do nervo trigêmeo, localizada nas proximidades de um vaso, que causaria a liberação de CGRP, substância P e outros peptídeos vasoativos, os quais levariam a uma dilatação arteriolar. Em consequência ocorreria um aumento da permeabilidade vascular com extravasamento plasmático e inflamação da parede arteriolar. Esse estímulo, então, seguiria pelo nervo trigêmeo, passaria pelo tronco cerebral causando os efeitos autonômicos da migrânea e chegaria ao córtex onde seria finalmente reconhecida a dor.
Em primeiro lugar o paciente recebe os estímulos (fatores precipitantes). A partir daí alguns irão desenvolver a migrânea com aura e outros a migrânea sem aura. Na crise de migrânea com aura há uma diminuição do metabolismo cerebral, que geralmente se inicia na região occipital (o que explicaria os fenômenos visuais) e se espalha para as regiões mais anteriores do cérebro (é a chamada "depressão alastrante" ou aura). Durante essa fase ocorrem alterações metabólicas como o aumento do potássio e a diminuição do cálcio extracelulares e alterações do glutamato. Além disso, alguns indícios sugerem que a depressão alastrante pode estimular os aferentes sensoriais diretamente.
Na crise de migrânea sem aura o quadro é mais subjetivo. Acredita-se que sintomas premonitórios, na maioria das vezes de origem hipotalâmica, causariam alterações no sistema autonômico cerebrovascular. Tal fato levaria a alterações e estímulos nas terminações sensoriais. Tanto o estímulo da depressão alastrante da migrânea com aura quanto o dos fatores premonitórios da migrânea sem aura levariam à liberação da serotonina plaquetária. Esta, agindo sobre o endotélio vascular, promove o aumento do cálcio intracelular e, consequentemente, a liberação de NO. O óxido nítrico levaria a um aumento da permeabilidade vascular, vasodilatação e extravasamento de substâncias para dentro da adventícia da arteríola. O incremento do cálcio também acarretaria a liberação de peptídeos vasoativos e, desta forma, haveria a manutenção do processo doloroso. Este estímulo passaria, então, via nervo trigêmeo, pelo tronco cerebral e chegaria ao córtex onde seria reconhecida a dor.

Fonte:


http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=SOl02-31lX1999000300023
http://www.famema.br/ligas/cefaleia/migranea.htm
http://www..sbce.rned.br/dof_ cabeca/ enxaqueca _mulher.asp
http://www.scielo.br/pdf/psoc/v15n1/v15n1a09.pdf

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

SÍNDROMES PSIQUIÁTRICAS


Síndromes psiquiátricas

Em medicina denomina-se síndrome um conjunto coerente de sinais e sintomas que costumam se apresentar correlacionadas. Em geral a noção de síndrome não contém qualquer implicação com o curso, a etiologia ou a patogenia do quadro de sintomas a que se refere. Os sintomas pode ser classificados em objetivos e subjetivos. O primeiro pode ser observado pelo examinador e o segundo percebido e relatado pelo paciente, quando, então, torna-se objetivo.

Classificação das Síndromes Psiquiátricas

• Síndrome predominantemente patogênica:   causada por algum
tipo de lesão ou disfunção do organism. - exógenas.

·     Síndromes preferentemente orgânico-cerebrais:

1.  Síndrome org. inespecífica

- bradipsiquismo - diminuição na normal da atividades mental.
- labilidade (instabilidade emocional) e lentidão afetiva
- hipoatividadee diminuição da espontaneidade

Divide-se em:

- Síndromes de transição afetivas:  maníaca e depressiva

- Síndromes de transição esquizomorfas:  catatônica, alucinatória, paranóide, hebefrênica (indefinida) e mista.

1.  Síndrome cerebral local
2.  Síndrome frontal
3.  Síndrome da base do cérebro
4.  Síndrome disminéstica
5.  Síndrome demencial ou de deterioração mental global
6.  Síndrome contusional ou comocional cerebral
7.  Síndrome de Ribot
8.  Síndrome Parkinsoniana
9.  Síndrome epileptóide ou comicial
10.      Síndrome neurastênica - astenia e irritabilidade.

·       Síndrome psiquiátricas preferentemente sintomáticas

As síndromes sintomáticas caracterizam as psicopatologias exógenas sintomáticas e exotóxicas transitórias. Podem aparecer também em quadros orgânico-cerebrais. Todas apresentam algum grau de comprometimento da consciência-vigil. São genericamente denominadas de delirium. Mas para diagnóstico etiológico as síndromes devem ser especificadas. Listadas abaixo:

1.  Delirium:

a. turvação sa consciência-vigilância.
b. pseudopercepções
c. pensamento confuso
d. distonias neurovegetativas, ansiedade.
Pode ocorrer em qualquer estado de abstinência de farmacodependência. Se acompanhada de tremores é chamada delirum tremens.

2.  Síndrome hiperestésico-emocional

a. obnubilação da consciência-vigil
b. hiperestesia
c. hipoprexia
d. intensa emotividade, incontinência afetiva
e. indolência, hipobulia
f. cefaléia atípica.

Ocorre no período de estado ou na convalescença de doenças infecciosas agudas ou crônicas, nas cardiopatias e nos estados de grande esgotamento físico.

3.  Estado crepuscular

a. turvação e estreitamento a consciência-vigilância.
b. condutas impulsivas e automatismo (inclusive complexos)
c. hipercinesia, com inquietação ou agitação (que pode inexistir ou passar desapercebida).
d. amnésia lacunar posterior para os momentos de crise.
Nas intoxicações agudas, na epilepsia (crises pslcomotoras) e como manifestação histriônica.


4. Síndrome amencial ou confusional


a. pensamento confuso
b. falta de compreensão
c. pressão facial de admiração e perplexidade.
d. inquietação, agitação, hipocinesia que pode chegar ao
e. estupor confusional.
f.   angústia, desorientação.


5.  Estado hipinóide

Pode acontecer nos estados infecciosos agudos, intoxicações que resultem em hipoxia cerebral.

a. pensamento confuso-onírico
b. mescla de realidade e sonho

No uso de tóxicos, como LSD, maconha, mescalina e psilocibina.

6.  Onirismo

a. turvação da cosnciência-vigil
b. pseudopercepções cênicas
c. pensamento confuso-onírico
d. conservação da motricidade
e. desorientação alopsíquica

Encontrada em infecções e intoxicações

7.  Estado de aturdimento


a. Estreitamento da consciência-vigil.
b. Confusão mental
c. Inibição psicomotora (lentidão a estupor)
d. Sucessivos Impulsos contraditórios


Ocorre em traumas físicos ou psicológicos.

·       Síndromes preferentemente endógenas (doença)

1. Síndrome maníaca
a. Hiporestesia ou hipoestesia para estímulos dolorosos.
b. Hiperprosexia
c. Taquipsiquismo
d. Hipertimia (pulsões)
e. Hipercinesia, taquicinesia, hiperatividade, aumento da energia e do vigor.
f. Logorréia, fuga de idéias, irritabilidade, falta de consciência da enfermidade.

Transtornos esquizoafetivos, psicoses tóxicas, intoxicações agudas por psicoestimulantes.

2.  Síndrome depressiva melancólica

a.  Hiperestesia a estímulos dolorosos ou desagradáveis ou hipestesia para
    estímulos agradáveis (anedonia)
b. Bradiquisiquismo, inibição do pensamento, falta de atenção.
c. delírios, idéias obssessivas, condutas compulsivas, planos de suicídio ou
    para-suicídio, desinteresse social ou isolamento.
d. Apatia ou ansiedade. Angústia.
e. Inibição pás pulsões instintivas, perda de apetite, emagrecimento, dificuldade
    de levantar pela manhã, falta de asseios, exposição a acidentes e perigos.
f. hipobulia, hipocinesia, estupor melancólico, mímica
g. triste, bradilalia,hipofonia, mussitação, astenia
h. dificuldade para tomar decisões
i. distonias neurovegetativas, libido baixa, cefaléia
j. amenorréia, secura na boca, palpitação, tonturas
k. baixa imunidade e outras manifestações somáticas de depressão.

3.  Síndrome catatônica

a. Hipoestesia, hipoprexia, aproxesia, bloqueio do pensamento.
b. Hipoatividade que pode chegar ao estupor com flexibilidade cérea, ou hipercinesia que pode chegar ao furor.
e. Bradilalia, alalía, incomunicabilidade. Caracteriza a forma catatônica da esquizofrenia, nas formas de transição de psicoses orgânicas.

4.  Síndrome hebefrênica ou hebética

a. Desestesias bizarras
b. Desagregação do pensamento
e. Humor jovial, atitude altiv, hostil, indiferente ou indolente.
d. Consciência pertubada, perplexa, despersonalização.

Forma hebefrênica da esquizofrenia. Quadros orgânicos de transição, em certas psicoses tóxicas.

5.  Síndrome paranóide

a. Alucinações, ilusões.
b. Delírios, hostilidade, agressividade, angústia.
c. Atitude defensiva e desconfiada.
d. Misticismo.

·       Síndrome ansiosa ou de angústia

a. hiperestesia dolorosa, catatimia. Estreitamento a atenção e da consciência.
b. Insônia inicial ou sono interrompido, ansiedade angústia, caoticidade impulsional, pânico.
c. Inquietação, agitação, inapetência, bulimia ou sitiofilia.
d. Hipertonia muscular, distonias neurovegetativas, constrição. Caracteriza os transtornos psiquiátricos. Pode ocorrer em outras numerosas fo mas de transtornos psíquicos, destacando-se a fase depressiva das doenças afetivas, as patologias exógenas e a esquizofrenia. Uma forma particular é o transtorno do pânico.

        2. Síndrome obssessiva compulsiva ou anancástica

a. Idéias obssessivas
b. Idéias e interpretações mágico-animistas, fusão.
c. Repressão de pulsões básicas, excessiva escrupulosidade e rigidez.
d. Ansiedade, atitudes, atos e rituais compulsivos. Pode ser encontrada em quadros de esquizofrenia e transtorno anancástico de de personalidade.

         3. Síndrome fóbica ou psicastênica

a. Pensamento impositivo, fatigabilidade, dúvida.
b. Fobias, ansiedade difusa ou crises de pânico.
c. Transtornos ansiosos fóbicos agorafobia,
claustrofobia, fobia social, fobias específicas.

4.  Síndrome hipocondríaca

a. convicção falsa ou forte receio de estar doente ou prestes a adoecer.
b. Atenção centrada no funcionamento do próprio corpo
c. Angústia.

Pode ocorrer na fase depressiva da doença afetiva, na esquizofrenia incipiente e nos transtornos depressivos de personalidade.

5.  Síndrome de somatização

a.  diversos sintomas somáticos que provocam queixas repetidas e insistentes de doença, pedidos de exame e cirurgias.

6.  Síndromes histriônicas

Ø Síndrome conversiva

a. ansiedade, sentimentos de possessão, entusiasmo místico.
b. Perturbações dos movimentos e sensibilidade.
c. Exibicionismo, desejo de parecer enfermo.

Ø Síndrome dissociativa ou pitiática

a. Comportamento teatral, representação, transtornos da orientação, alterações da consciência.
b. Aminésia, hipominésia, disminésias.
c. Pensamento confuso ou entusiasmo místico.
d. Exibicionismo, necessidade de aparecer, de ser notado, conduta sedutora e invasiva.

Fonte:

DALGALARRRONDO, paulo. Semiologia dos transtornos Mentais. Porto Alegre. Artmed. 2002.
MIRANADA-SÁ Jr. , Luis SAlavador. Comp~endio De Psicopatologia e semiologia psiquiátrica. Artmed. Porto Alegre. 2005.
SADOCK, Benjamin James. Compêndio de Psiquiatria- Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica.  ed. Ed. Artmed. Porto Alegre.