sábado, 8 de fevereiro de 2014

ABORDAGENS À PREVENÇÃO DO ESTRESSE NO TRABALHO



O estresse no trabalho é um padrão de reações psicológicas, emocionais, aspectos cognitivos e comportamentais resultante de exigências extremas da organização e do conteúdo e ambiente de trabalho. Quando as pessoas experimentam o estresse de trabalho, muitas vezes se sentem tensas e ansiosas e que não podem lidar com determinadas situações. Quando as reações de estresse persistem durante um longo período de tempo, podem causar danos permanentes e irreversíveis para a saúde, tais como fadiga crônica, problemas músculo-esqueléticos ou doenças cardiovasculares.  (ILO, 2012)

Segundo Sauter (2005) pesquisas nacionais nos EUA apontam para altos níveis de estresse ocupacional, onde os trabalhadores dizem que seus empregos são “frequentemente” ou “sempre” estressantes graças a práticas organizacionais que são apontadas como as principais causadoras de estresse, como políticas de emprego flexível, por exemplo, intervenções de redução de estresse dirigidas tanto, para os trabalhadores como para as organizações.  Ainda segundo o mesmo autor, pesquisadores analisam o que está sendo feito pelas organizações para reduzir o estresse do trabalhador, quais as intervenções mais eficazes, obstáculos enfrentados, mudanças que podem aumentar o risco de estresse, índices e custos (econômicos e de saúde – para a empresa e para o trabalhador. 


Devido à globalização e à evolução do trabalho, pessoas em países em desenvolvimento têm maior dificuldade em lidar com o estresse no trabalho. Segundo a OMS (2005), em países desenvolvidos, o trabalhador está mais familiarizado a altos níveis de estresse. (ILO, 2012)

A prevenção ao estresse ocupacional vem sendo implantada, somente recentemente pelas empresas “devido à dificuldade de caracterização da interrelação entre os distúrbios psíquicos dos trabalhadores e as situações de trabalho” (GLINA, ROCHA, 2006).  Um programa de prevenção ao estresse pode gerar maior dinamismo, flexibilidade e inovação nas organizações, fazendo uso das potencialidades dos trabalhadores por meio da possibilidade de participação.

As empresas têm investido em programas “trabalho – vida pessoal”, ainda sem avaliação científica, apenas empírica, e  os resultados não têm sido consistentes.


Além disso, a falta de desenvolvimento de políticas relacionadas com os riscos e o estresse psicossocial do trabalho, faz com que seja difícil para que as empresas de qualquer tamanho implementem estratégias de controle eficazes para lidar com essas questões. (ILO, 2012)

TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS - SINTOMAS E PREVALÊNCIA

  
Trabalho e Saúde Mental – uma introdução

As doenças laborais, síndromes e transtornos mentais relacionados ao trabalho sempre estiverem presentes no histórico da saúde do trabalhador. A partir dos novos modelos de gestão houve uma maior demanda por parte dos indivíduos, como aumento de ritmo de trabalho e de responsabilidades, polivalência, atividades antes não exercidas. Consequentemente houve, também, aumento de exigências físicas e mentais impostas pelo desempenho em seu trabalho, muitas vezes, além do que o sujeito suporta levando-o a rápida degeneração física e psicológica.
A saúde do trabalhador, tanto física quanto mental, está diretamente ligada ao ambiente laboral do indivíduo, onde se busca a realização pessoal através do trabalho. Quando esse trabalhador vê suas expectativas frustradas, após investimento de recursos físicos e afetivos, passa a ter uma sensação de despersonalização, exaustão emocional crônica e diminuição da capacidade de relacionar-se interpessoalmente, afetando significativamente a relação subjetiva com o labor. São várias as categorias profissionais afetadas por esta síndrome e entre elas algumas se destacam tais como professores, enfermeiros, policiais e funcionário públicos.
Segundo as estatísticas do INSS, os transtornos mentais ocupam a 3ª posição entre as causas de concessão de beneficio previdenciário como auxilio doença, afastamento do trabalho por mais de 15 dias e aposentadorias por invalidez (MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL, 2001). Números estes apontados em levantamento realizado com base no trabalhado formal, ou seja, com anotação do contrato de trabalho na CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social).
Com o crescente aumento das doenças laborais e transtornos mentais relacionados ao trabalho tornou-se necessário aprofundamento nos estudos na área da Saúde do Trabalhador e uniformização de conceitos, havendo um enfoque, então, para os transtornos mentais, tratados pela Psicologia e Psiquiatria, como pode ser visto em trabalhos de Zanelli (2008), Glina (2013) e Sauter (2005).
Os estudos sobre esse tema se justificam, pelo grande número de pessoas que são acometidas pelas síndromes laborais, por causar grandes prejuízos aos trabalhadores, às instituições/empresas e à previdência social, bem como, corroborar a necessidade da inserção do psicólogo nas organizações com intuito de prevenção, promoção de saúde junto aos trabalhadores e identificação das doenças associadas ao trabalho.

A compreensão do trabalho como emprego, confere ao mesmo um sentido de caráter instrumental. Sem outras características que confiram sentido ao que é realizado, o trabalho se transforma em fonte de alienação, estranhamento e deterioração. .Nesse contexto, a satisfação e o prazer por meio do trabalho não existem. O indivíduo está sempre passível de ser, sob diversas formas, ameaçado no trabalho, seja pela repercussão de seu desempenho, seja pelo desemprego (CIMBALISTA, 2006).
Dado ao crescente aumento de transtornos mentais nas atividades laborais e às novas leis de proteção à saúde do trabalhador, surgem  nos campos da Psicologia e da Psiquiatria, novas especialidades  que, amparadas pelos conhecimentos da área da Saúde Mental e do Trabalho, vêm atender às necessidades dessa parcela da população, tais como psicólogo da saúde ocupacional.
No Brasil, segundo as estatísticas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), de 2001, os distúrbios psíquicos ocupam o terceiro lugar entre as causas de concessão de benefício Previdenciário, com afastamento do trabalho em tempo superior a 15 dias e de auxílio doença por invalidez (DUARTE, 2010).
O conceito de saúde também está vinculado a uma adaptação ativa à realidade e, qualidade de vida implica em satisfazer necessidades e alcançar expectativas. Como passamos no trabalho a maior parte de nossas vidas será da qualidade de suas condições que decorrerá uma vida melhor, com menos desgaste físico e emocional que, quando acentuados, podem levar à corrosão da dignidade e da vontade. As satisfações ou insatisfações provenientes do ambiente psicossocial do trabalho refletem na vida pessoal, ao mesmo tempo em que as realizações e problemas da vida pessoal refletem no trabalho. Gestores preocupados com valores humanos dignos assumem a responsabilidade de manter a saúde e o bem-estar da comunidade organizacional (ZANELLI, 2008).
Com o intuito de amenizar as formas de psicopatologização do trabalho, as empresas que empregam o modelo de prevenção, saindo do modelo biomédico, diminuem custos, tanto econômicos quanto operacionais para o empregador, e consequentemente oferecem maior qualidade nas condições de trabalho para o funcionário, diminuindo assim, o risco de adoecimento do trabalhador que pode resultar  no presenteísmo, o que muitas vezes pode ser mais preocupante do que o absenteísmo.

Para Silva (2007) as relações do indivíduo com o trabalho influenciam sua saúde e, dependendo de seu nível de envolvimento com o trabalho, impõem adaptações ao estilo de vida e mecanismos de enfrentamento que podem interferir em sua saúde mental.
As condições de trabalho e os transtornos mentais estão relacionados, conforme relata  Silva (2007, p. 31), mas nem sempre são identificados:

[...] quando os trabalhadores procuram esta assistência, são subdiagnosticados, podendo, desta forma, não receberem o tratamento adequado. [...] ou na prática médica não psiquiátrica, isto se torna ainda mais relevante, se levar em consideração a presença de comorbidades, que acabam por agravar o prognóstico de ambos os problemas, tanto por piora do quadro clínico principal, quanto por adesão inadequada aos tratamentos propostos.


Chor et al (2003, p. 888) verificam, também, a associação dos TMCs a  eventos vitais produtores de estresse, como o baixo apoio social e com variáveis relativas às condições de vida e trabalho, tais como,

baixa escolaridade [...] condições precárias de moradia, baixas relações de trabalho. O apoio social e o suporte emocional  dado pela família e/ou amigos na forma de afeto, companhia, assistência e informação, tudo que faz o indivíduo sentir-se amado, estimado, cuidado, valorizado e seguro.


A cronificação dos sintomas dos TMCs ou a exposição do indivíduo a estressores de forma sistemática pode leva-lo ao adoecimento mental, incluindo-se a Síndrome de Burnout.1







TRABALHO E SAUDE MENTAL


TRABALHO E SAUDE MENTAL 

As doenças laborais, síndromes e transtornos mentais relacionados ao trabalho sempre estiverem presentes no histórico da saúde do trabalhador. A partir dos novos modelos de gestão houve uma maior demanda por parte dos indivíduos, como aumento de ritmo de trabalho e de responsabilidades, polivalência, atividades antes não exercidas. Consequentemente houve, também, aumento de exigências físicas e mentais impostas pelo desempenho em seu trabalho, muitas vezes, além do que o sujeito suporta levando-o a rápida degeneração física e psicológica.
A saúde do trabalhador, tanto física quanto mental, está diretamente ligada ao ambiente laboral do indivíduo, onde se busca a realização pessoal através do trabalho. Quando esse trabalhador vê suas expectativas frustradas, após investimento de recursos físicos e afetivos, passa a ter uma sensação de despersonalização, exaustão emocional crônica e diminuição da capacidade de relacionar-se interpessoalmente, afetando significativamente a relação subjetiva com o labor. São várias as categorias profissionais afetadas por esta síndrome e entre elas algumas se destacam tais como professores, enfermeiros, policiais e funcionário públicos.
Segundo as estatísticas do INSS, os transtornos mentais ocupam a 3ª posição entre as causas de concessão de beneficio previdenciário como auxilio doença, afastamento do trabalho por mais de 15 dias e aposentadorias por invalidez (MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL, 2001). Números estes apontados em levantamento realizado com base no trabalhado formal, ou seja, com anotação do contrato de trabalho na CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social).
Com o crescente aumento das doenças laborais e transtornos mentais relacionados ao trabalho tornou-se necessário aprofundamento nos estudos na área da Saúde do Trabalhador e uniformização de conceitos, havendo um enfoque, então, para os transtornos mentais, tratados pela Psicologia e Psiquiatria, como pode ser visto em trabalhos de Zanelli (2008), Glina (2013) e Sauter (2005).
Os estudos sobre esse tema se justificam, pelo grande número de pessoas que são acometidas pelas síndromes laborais, por causar grandes prejuízos aos trabalhadores, às instituições/empresas e à previdência social, bem como, corroborar a necessidade da inserção do psicólogo nas organizações com intuito de prevenção, promoção de saúde junto aos trabalhadores e identificação das doenças associadas ao trabalho.

A compreensão do trabalho como emprego, confere ao mesmo um sentido de caráter instrumental. Sem outras características que confiram sentido ao que é realizado, o trabalho se transforma em fonte de alienação, estranhamento e deterioração. .Nesse contexto, a satisfação e o prazer por meio do trabalho não existem. O indivíduo está sempre passível de ser, sob diversas formas, ameaçado no trabalho, seja pela repercussão de seu desempenho, seja pelo desemprego (CIMBALISTA, 2006).
Dado ao crescente aumento de transtornos mentais nas atividades laborais e às novas leis de proteção à saúde do trabalhador, surgem  nos campos da Psicologia e da Psiquiatria, novas especialidades  que, amparadas pelos conhecimentos da área da Saúde Mental e do Trabalho, vêm atender às necessidades dessa parcela da população, tais como psicólogo da saúde ocupacional.
No Brasil, segundo as estatísticas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), de 2001, os distúrbios psíquicos ocupam o terceiro lugar entre as causas de concessão de benefício Previdenciário, com afastamento do trabalho em tempo superior a 15 dias e de auxílio doença por invalidez (DUARTE, 2010).
O conceito de saúde também está vinculado a uma adaptação ativa à realidade e, qualidade de vida implica em satisfazer necessidades e alcançar expectativas. Como passamos no trabalho a maior parte de nossas vidas será da qualidade de suas condições que decorrerá uma vida melhor, com menos desgaste físico e emocional que, quando acentuados, podem levar à corrosão da dignidade e da vontade. As satisfações ou insatisfações provenientes do ambiente psicossocial do trabalho refletem na vida pessoal, ao mesmo tempo em que as realizações e problemas da vida pessoal refletem no trabalho. Gestores preocupados com valores humanos dignos assumem a responsabilidade de manter a saúde e o bem-estar da comunidade organizacional (ZANELLI, 2008).
Com o intuito de amenizar as formas de psicopatologização do trabalho, as empresas que empregam o modelo de prevenção, saindo do modelo biomédico, diminuem custos, tanto econômicos quanto operacionais para o empregador, e consequentemente oferecem maior qualidade nas condições de trabalho para o funcionário, diminuindo assim, o risco de adoecimento do trabalhador que pode resultar  no presenteísmo, o que muitas vezes pode ser mais preocupante do que o absenteísmo.


Os Transtornos mentais laborais são uma das consequências decorrentes das mudanças da pós-modernidade ocorridas no mundo do trabalho.
 Novas modalidades de organização do trabalho mais flexíveis, porém, não menos severas, impõe impacto ao aparelho psíquico refletindo sofrimento ao corpo físico.
Corpo e mente são rapidamente absorvidos por avanços tecnológicos, pela velocidade das transformações e informações, por esse mundo do trabalho que exige rápida e contínua adaptação onde, a cada mudança, a ideia anterior tornou-se obsoleta.

O adoecimento do trabalhador na contemporaneidade necessita, ainda, de muitos estudos, devido a sua relevância e motilidade.  Por um lado as exigências da dinâmica organizacional, independente do modelo adotado, causando tensão ao trabalhador, em busca da excelência nos serviços e, por  outro,  a  expectativa do mesmo por prazer imediato, altos salários, status social, relações interpessoais perfeitas. O sucesso ou o fracasso do trabalhador determinará o desfecho desse impasse.

As medidas mais efetivas para amenizar os efeitos deletérios de longas jornadas de trabalho, tarefas estressantes e a busca incessante pela perfeição ainda giram em torno de mudanças no estilo de vida do trabalhador e  mudanças dentro das organizações, no sentido de melhorar as condições de trabalho permitindo ao indivíduo usufruir sua liberdade de escolha a fim de construir sua identidade, não apenas a partir de sua performance mas a partir de sua subjetividade.

Graciela Comparin

Obra técnica registrada.

Certificado de Registro Copyright/Direitos Autorais:

712144858- 3c3dc350759ff2c9fceb9b398559545dbb50 IBSN







MECANISMOS DE DEFESA

  Mecanismos de Defesa

        
Estratégias que o ego utiliza para se defender da ansiedade provocada pelos conflitos da vida cotidiana. Os mecanismos de defesa envolvem negações ou distorções da realidade.
Freud postulou vários mecanismos de defesa e observou que raramente utilizamos apenas um,  nos defendemos contra a ansiedade utilizando vários deles ao mesmo tempo, ocorrendo, assim, uma   sobreposição entre eles.

Os principais mecanismo de defesa são:

Repressão – “processo de barrar ideias inaceitáveis, memórias oude desejos do consciente, deixando-os operar livremente  no inconsciente.”

Anulação - através de uma ação, busca-se o cancelamento da experiência prévia e desagradável (FREUD, A., 2006). “Consiste em desfazer um pensamento, fantasia, ou ato que é inaceitável, mediante o recurso de contrapor, num segundo momento imediato, um pensamento  ou um ato opostos ao primeiro de sorte a anulá-los”. 

Compensação – mecanismo onde o indivíduo compensa uma deficiência por uma imagem positiva que tem de si próprio, ou seja, procura encobrir uma fraqueza real ou percebida enfatizando uma característica que  considera mais desejável.

Deslocamento - redirecionamento de um impulso para um alvo substituto. (FREUD, A., 2006).
 É o mecanismo psicológico de defesa onde a pessoa substitui a finalidade inicial de uma pulsão por outra diferente e socialmente mais aceita.

Enquanto o deslocamento envolve descobrir um objeto substituo para satisfazer impulsos do id, a sublimação envolve a transformação destes. A energia instintiva é desviada para outros canais de expressão, que a sociedade considera aceitáveis e admiráveis.

Formação Reativa mecanismos pelo qual o ego mobiliza uma estrutura oposta ao surgimento das pulsões libidinais reprimidas no inconsciente. Pode-se dizer que a formação reativa “consiste num contra-investimento de energia psíquica de força igual e de direção oposta ao investimento inaceitável, que está agindo desde o inconsciente.”  
                     
 Introjeção - estreitamente relacionada com a identificação, visa resolver alguma dificuldade emocional do indivíduo, ao tomar para a própria personalidade certas características de outras pessoas. S. Ferenczi foi quem introduziu o termo “introjeção”, em direção contrária, à da projeção, a partir de seu trabalho “Introjeção e transferência” (1909), com as seguinte palavras:

 “Enquanto o paranoico expulsa do seu ego as tendências que se tornaram desagradáveis, o neurótico procura a solução fazendo entrar no seu ego a maior parte possível do mundo exterior, fazendo dele objeto de fantasia inconscientes, podemos pois dar processo, em contraste a projeção, o nome de introjeção”. (ZIMERMAN, 2001)


Negação - recusa consciente para perceber fatos perturbadores. Retira do indivíduo não só a percepção necessária para lidar com os desafios externos, mas também a capacidade de valer-se de estratégias de sobrevivência adequadas. Um mecanismo de  defesa que envolve a negação da existência de uma ameaça externa ou evento traumático. 

 Racionalização - substituição do verdadeiro, porém assustador, motivo do comportamento por uma explicação razoável e segura . Processo pelo qual a pessoa utiliza uma explicação lógica e aceitável para ação ou ideia que causa angústia, normalmente para atos não recomendáveis. 

 Regressão - retorno a formas de gratificação de fases anteriores, devido aos conflitos que surgem em estágios posteriores do desenvolvimento . A pessoa regride a um período anterior da sua vida que foi mais agradável, livre de frustração e ansiedade,  exibe, então,  comportamentos infantis e dependentes.

Repressão – “retirada de ideias, afetos ou desejos perturbadores da consciência, pressionando-os para o inconsciente” .

A repressão consiste em afastar uma determinada coisa do consciente, mantendo-a à distância (no inconsciente). A repressão afasta da consciência um evento, ideia, ou percepção que provoquem ansiedade, impedindo o surgimento daquilo que não se quer lembrar. Apesar de reprimido e inconsciente tais conteúdos continuam a causar problemas. 

 Projeção - sentimentos próprios indesejáveis são atribuídos a outras pessoas (FREUD, A., 2006). “[...] um modo de defesa primário, pelo qal o sujeito projeta num outro sujeito ou objeto desejos que provém dele, mas cuja oorigem ele desconhece, atribuindo-os a uma alteridade que lhe é extrema.” 

Sublimação - parte da energia investida nos impulsos sexuais é direcionada à consecução de realizações socialmente aceitáveis (p.ex. artísticas ou científicas).




sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Aliança terapêutica e Angústia de Separação



Denominação criada por E. Zetzel, psicanalista norte americana. Em um trabalho de 1956, concebeu um aspecto importante em relação ao vínculo transferencial, ou seja, o paciente mantém-se, consciente ou incosncientemente, aliado à tarefa do psicanalista(ZIMERMAN, 2009).

O uso da expressão “aliança terapêutica” para caracterizar a relação positiva e necessária entre paciente e terapeuta no processo analítico, formação de compromisso, uma verdadeira aliança [...] ela pode ser compreendida como uma união de forças em direção busca da cura (EIZIRIK, 2005).
Sterba (1932) explica a aliança terapêutica sobre a base de uma dissociação do ego na qual se destacam duas partes, a que colabora com o analista e a que se opõe a ele; a primeira está voltada à realidade e a segunda compreende os impulsos do id, as defesas do ego e as ordens do superego. A dissociação terapêutica do ego deve-se a uma identificação com o analista, cujo protótipo é processo de formação do superego. Essa identificação é fruto da experiência da análise, no sentido de que, frente aos conflitos do paciente, o analista reage com atitude de observação e reflexão [...] para Strachey (1934) o analista deve assumir o papel de um superego auxiliar [...] os dois trabalhos apoiam-se na ideia de que o trabalho analítico funda-se na dissociação instrumental do self. Naquele tempo a importância da interpretação da (resistência) de transferência ainda não era bem compreendida (ETCHEGOYEN, 2004)


          Angústia de separação

Medo da perda do objeto, ou, da perda do controle da pessoa amada ou necessitada. Na situação psicanalítica a perda do olhar materno quando o paciente projeta no analista essa mãe sem um “olhar reconhecedor”, quando o analista mal olha o paciente ou olha mas não o vê. Sentimentos mais comuns por parte do paciente solidão, intolerância aos silêncios do analista, medo da separação e abandono (ZIMERMAN, 2001).
“Na prática analítica, a angústia de separação em relação ao analista é frequente, especialmente em pacientes muito regredidos, sendo importantíssima sua análise.” (ZIMERMAN, 2001)
O artigo intitulado “Angústia de separação e angústia de esfacelamento”, de Gilbert Diatkine (2001), aponta a possibilidade frequente de transformação da primeira modalidade de angústia, na segunda. Segundo o autor, muitas pessoas em situação de análise reproduzem as angústias de esfacelamento por ocasião de separações provisórias vividas em análise ou ao final de uma análise, impossibilitando a unificação das pulsões e de seus objetos internos, levando a reações terapêuticas negativas que prolongam a dependência física e psíquica do paciente em relação ao analista. (LEITÃO, 2002).
A angústia da separação está presente em M. Klein, Meltzer, Esther Bick e Winnicott. (Santos, 2003). O autor esclarece ainda que



 as angústias de separação estão sempre inscritas numa teoria da relação de objeto. Como essa teoria muda nos autores, muda também o enfoque sobre o entendimento da angústia de separação. Assim, na teoria kleiniana, a angústia de separação presente no processo será compreendida em termos de angústias paranóides e depressivas; à medida que o processo avança, predominam as angústias depressivas. Por fim, ETCHEGOYEN, ainda referindo-se ao papel da angústia de separação no processo, fala sobre a reverie materna e seus correlatos, a função continente e a função alfa que, dentro do referencial bioniano, embasam o processo analítico.(SANTOS, 2003, p.21)

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Psicanálise/Psicoterapia



Em 1923, no seu trabalho Dois artigos de enciclopédia: psicanálise e teoria da libido, Freud define a psicanálise como um procedimento de investigação dos processos mentais um método de tratamento e uma disciplina científica [...] mais  tarde ele complementa sua definição afirmando que “uma é união entre curar e investigar” (ZIMERMAN).
      Freud disse muitas vezes que a psicanálise é uma teoria da personalidade, um método de psicoterapia e um instrumento de investigação científica, querendo assinalar que, por uma condição especial, intrínseca dessa disciplina, o método de investigação coincide com o procedimento curativo, porque a medida que alguém conhece a si mesmo, pode modificar a sua personalidade, isto é, curar-se [...] o grande achado de Freud consiste em que descobrindo traumas, recordações ou conflitos, os sintomas da doença modificam-se e a personalidade enrique-se, amplia-se e reorganiza-se (ETCHEGOYEN).
      Psicoterapia é um termo empregado para qualquer tratamento  psicoterápico, aos quais Freud não fazia distinção [...] posteriormente Freud sentiu-se no dever de discriminar a psicanálise como ciência. (ZIMERMAN)
A necessidade de atender pacientes mais graves, na psiquiatria nos Estados Unidos, levou os psicanalistas americanos, a desenvolverem modificações nas intervenções psicanalíticas que fossem mais adequadas às exigências clínicas desses pacientes, resultando na psicoterapia psicanalítica, cujo principal pioneiro foi Robert Knight e depois Austem Riggs. (EIZIRIK)
A psicoterapia analítica vem gradativamente adquirindo uma alta respeitabilidade como uma modalidade terapêutica capaz de propiciar resultados verdadeiramente psicanalíticos. Cabe salientar que uma psicoterapia de apoio pode assumir formas distintas, desde, conforto, palavras amáveis, consolo ou algo depreciativo. Uma boa psicoterapia de apoio de base analítica requer bom preparo do terapeuta, este tem a difícil missão de discriminar e localizar a, muitas vezes oculta, parte sadia e forte do paciente e reforçá-la de modo a propiciar-lhe condições de enfrentar seu lado frágil e doente, sem necessariamente ter de aprofundar na dinâmica dos conflitos inconscientes.  (ZIMERMAN) 

Segundo Knight (1945) a psicoterapia de apoio pode ser indicada quando

[...] a  avaliação clínica do paciente levar à conclusão de que ele é muito frágil psicologicamente para ser mais profundamente abordado, ou muito inflexível ou incapaz de uma alteração real da personalidade, ou muito defensivo para ser capaz de alcançar o insight [...] a decisão de usar medidas supressivas é, na verdade, tomada devido a contra indicações ao uso de intervenções exploratórias.

        Santos (2003), em seu artigo Processo Analítico: A Conceituação Em Um Grupo de Psicanalistas, esclarece a questão da analisabilidade do paciente da interessante perspectiva de Balint (1982)  descrita por Etchegoyen:


ETCHEGOYEN (2003) descreve o ponto de vista de Balint (1982), que introduz a noção da falta básica. Dividindo os indivíduos em duas categorias quanto ao desenvolvimento emocional (os que alcançaram o nível edípico genital e os que não o alcançaram), Balint diz que no primeiro grupo, analista e paciente dispõem da mesma  linguagem para a interpretação, a maturidade do paciente atingiu o nível triangular, há, portanto, conflito. No segundo, opera a falta básica, a relação é dual e a linguagem adulta é inútil, pois aqui o que é operante é a relação de objeto. Aqui, o analista deve responder ao analisado não com interpretações, que são inúteis, mas se oferecendo como objeto para ser catexizado, estar ali sem interferir, pois ali não há conflito. (SANTOS, 2003)