O PROCESSO PSICOATIVO DA DOR, A
SOMATlZAÇÃO NO IDOSO RELACIONADO COM CÂNCER.
Uma
definição para o stress tão comentado e sentido em nossos dias seria um
desequilíbrio do nosso organismo em resposta a influências ambientais.
Um
stress temporário faz parte de algum momento em nossas vidas. O indivíduo
percebe uma súbita ameaça, que lhe causa algum desequilíbrio, que envolve, por
algum tempo, perdas temporárias. Num indivíduo saudável, todo o sistema do
organismo conspira para que o equilíbrio retorne e a felicidade se restabeleça.
Os sintomas do estresse fisiológico são extremamente idênticos nos animais e
nos seres humanos, independentes da fonte estressora e constituem a forma que o
organismo encontra para enfrentar o desafio. Esta resposta é conhecida como
"resposta de luta ou fuga", seguida de uma homeostase (relaxamento).
Quando
a resposta de luta ou fuga é prolongada, a ação do indivíduo fica bastante
limitada. O organismo não consegue agir, lutando ou fugindo para livrar-se do
estresse. Organicamente há alterações nas glândulas supra-renais (adrenalina e
cortisona), alterações no ritmo cardíaco, no
controle
da pressão arterial e principalmente no sistema neurológico. Psiquicamente o
stress profundo, o esgotamento, e a ansiedade crônica, levam o indivíduo a um
estado de apatia, desanimo e desinteresse em relação à vida.
As
fontes de descarga de stress são múltiplas. Eventos positivos ou negativos
requerem que os indivíduos se adaptem a mudanças rápidas e profundas altamente
estressantes. A doença aparece para o indivíduo como "forma de solução de
problemas". Podemos observar um forte vínculo entre o stress e o
aparecimento do câncer nos indivíduos, ou seja, doenças que afetam o sistema
imunológico do corpo e suas defesas materiais contra infecções e outras
doenças. Num organismo saudável o sistema imunológico reconhece as células
anormais, destruindo-as, impedindo-as de se propagarem. Num sistema imunológico
afetado pela depressão, pelo stress e pelo esgotamento, a defesa orgânica não é
suficientemente forte para impedir que as células defeituosas proliferem. O
câncer não é um ataque externo, mas, na realidade, um colapso interno. Carl
Simonton em suas pesquisas sobre o câncer constatou que estados de
desequilíbrio gerados por stress prolongado, que é canalizada por meio de
determinada personalidade, dão origem a distúrbios específicos. Tensões
críticas que os indivíduos sentem como "sem saída", aparecem de seis
a dezoito meses, antes do diagnóstico do câncer. Essas tensões geram
sentimentos de desesperança, impotência e inadequação.
O
estresse emocional afeta o sistema imunológico do corpo causando desequilíbrio
acarretando alterações hormonais com um aumento da produção de células
anormais. O corpo se torna incapaz de destruir as células malignas no momento
que a produção aumenta. Lawrence Leshan estudou e identificou a mesma
configuração de personalidade e estados emocionais dos indivíduos que
desenvolveram câncer: sentimentos de abandono, isolamento, desespero durante a
juventude, perda de parentes próximos na infância e, principalmente, estes
indivíduos não serem capazes de externalizar seus sentimentos, suas mágoas,
guardando-as de uma maneira colérica e hostil. O número de casos e de óbitos
por tumores aumenta com o avanço da idade. No entanto, a elevada prevalência de
determinados tipos de câncer entre idosos poderia ser evitada a partir da
diminuição dos fatores de risco associados a doença. De acordo com Moyses
Szklo, médico da Universidade John Hopkins (EUA) e professor da UERJ, entre os
principais fatores de risco estão: uma dieta pobre em fibras e alimentos
antioxidantes, mas rica em gordura animal; o tabagismo e a presença de
infecções - causadas por HPV e H. Pylori (bactéria que causa úlcera), por
exemplo.
Vida
Sedentária, Má Alimentação, Fumo, Álcool, Hábitos Sexuais, Medicamentos,
Procedimentos Médicos. Poluição, são fatores de risco para o Câncer. Todos
os itens citados acima tem relação direta com o stress, Hipertensão,
Diabetes. O corpo sinaliza através das doenças que alguma coisa não esta bem.
O que é exatamente somatização?
Trata-se
de um processo pelo qual distúrbios de origem psíquica, emocional, traduzem-se
em mal-estar, com ou sem causa orgânica definida. Os dez problemas mais
relatados pelos somatizadores são dor no peito, fadiga, tontura, dor de cabeça,
inchaço, dor nas costas, falta de ar, insônia, dor abdominal e torpor.
Não
faz tanto tempo assim, a esmagadora maioria dos médicos ocidentais relegava
tais pacientes ao limbo de um ramo até então pouco prestigiado da psiquiatria -
o da medicina psicossomática. Mas esse quadro começa a mudar,
ANTIGO
CONCEITO PSICOSSOMÁTICO:
·
Interferência da mente no corpo
·
Genérico e abrangente em excesso
·
Parte do senso comum
DEFINIÇÃO
ATUAL:
Manifestação
de queixas somáticas, sem substrato orgânico, onde se verifica sofrimento
psicológico e que leva à busca do médico (a partir de Lipowsky,1988). A
somatização é uma doença crônica e grave caracterizada pela presença de
muitos sintomas físicos, em particular de uma combinação de dor e de
sintomas das esferas gastrointestinais, sexuais e neurológicos.
As
causas da somatização são desconhecidas. Ela é apresentada freqüentemente como
uma característica familiar. As pessoas com essa perturbação tendem também a
ter perturbações da personalidade caracterizadas por egocentrismo
(personalidade narcisista) e por uma dependência exagerada dos outros
(personalidade dependente). Uma pessoa com somatização apresenta muitas queixas
difusas de caráter físico. Embora possa afetar qualquer parte do corpo, os
sintomas exprimem-se mais freqüentemente como dores de cabeça, náuseas e
vômitos, dor abdominal, menstruações dolorosas, cansaço, perdas de consciência,
relações sexuais dolorosas e perda do desejo sexual. Embora os sintomas
costumem ser primariamente físicos, também podem referir ansiedade e depressão.
As pessoas com somatização descrevem os seus sintomas de um modo dramático e
emotivo, referindo-se-Ihes freqüentemente como «insuportáveis»,
«indescritíveis» ou «o pior irnaginável». São dependentes emocionalmente nas suas
relações sociais. Pedem cada vez mais ajuda e apoio emocional e podem
enfurecer-se quando sentem que não Ihes satisfazem as suas necessidades. São
muitas vezes descritos como exibicionistas e sedutores. Numa tentativa de
manipular os outros, podem ameaçar suicidar-se ou inclusive tentá-Io. Estão
freqüentemente descontentes com a assistência médica que recebem e saltam de um
médico para outro.
Fonte:
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