A DOENÇA DE ALZHEIMER -
Doenças Neuropsicolócas
A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência. Ela surge, às vezes, em indivíduos de 40 anos, mas a probabilidade de seu desenvolvimento
torna-se maior no transcorrer dos anos. Por volta de 15% da população com mais de 65 anos sofre da doença. A proporção é aproximadamente de 35% em pessoas com mais de 85 anos (St. George-Hyslop, 2000). A doença de Alzheimer é progressiva. Seus estágios iniciais caracterizam-se por depressão e pelo declínio geral da capacidade cognitiva. Seus estágios intermediários
são marcados por irritabilidade, ansiedade e deterioração da fala; em seus estágios avançados, o paciente deteriora-se a ponto de ter dificuldades até com respostas simples, como engolir e controlar a bexiga. A doença de Alzheimer é fatal. Como a doença de Alzheimer não é a única causa de demência, ela não pode
ser diagnosticada com precisão a partir de seus sintomas comportamentais - o diagnóstico definitivo só é possível por autópsia. As duas características que definem a doença são os emaranhados neurofibrilares e as placas amilóides. Os emaranhados neurofibrilares são emaranhados de proteínas no citoplasma neural, e as placas amilóides são pedaços de tecido cicatrizado composto de neurônios em degeneração e pela proteína amilóide, presente em cérebros normais apenas em quantidades muito pequenas. Além disso, ocorre perda substancial de neurônios. Embora os emaranhados, as placas amilóides e a perda de neurônios
no cérebro do paciente com a doença de Alzheimer possam incidir em todo o cérebro do paciente com doença
de Alzheimer, eles são mais comuns em algumas áreas que em outras. Por exemplo, eles são particularmente prevalentes nas estruturas do lobo temporal medial, como o córtex entorrinal, o corpo amigdalóide e o hipocampo - estruturas envolvidas em vários aspectos da memória. Eles também aparecem no córtex temporal inferior,
no córtex parietal posterior e no córtex pré-frontal- áreas que medeiam funções cognitivas complexas. Há uma dificuldade no estudo da genética da
doença de Alzheimer: os portadores freqüentemente morrem de causas naturais antes que os sintomas se manifestem. Entretanto, está claro que a doença de Alzheimer tem um componente genético importante. Pessoas com um parente de 1⁰ grau vítima da doença tem
chance de 50% de também ter a doença se passar dos 80 anos (Breitner,
1990). Devido às dificuldades envolvidas no estudo da genética de
doenças de início tardio, a maioria das
pesquisas sobre a genética da doença de Alzheimer concentra-se em formas raras da doença que tem início precoce e distribuição familiar. Vários genes já foram associados à doença de Alzheimer. Mutações em
todos eles foram implicadas na síntese amilóide, ou de tau - proteína encontrada nos
emaranhados neurofibrilares. Como os neurônios colinérgicos são particularmente suscetíveis à doença de Alzheimer, os agonistas colinérgicos são, em geral, usados em
seu tratamento. Embora essas substâncias, às vezes, tragam benefícios modestos nos estágios iniciais da doença, elas são ineficazes quando os neurônios colinérgicos
já se deterioraram.
Fonte:
Biopsicologia – John P. J. Pinel
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