Depressão é uma doença
muito comum em todas as sociedades. Tem aumentado sua freqüência em populações mais jovens. É a segunda causa de morte (por suicídio), superada apenas por acidentes entre os
jovens americanos.
Ocorre em todas as idades, sua incidência atinge cerca de 6% da
população, e cerca de 20% das pessoas irão apresentar ao menos um episódio depressivo ao longo
da vida. Pode se apresentar de várias maneiras, aí é que começa a complicação. A definição
de depressão pela Organização Mundial de Saúde (OMS), através da Classificação Internacional de Doenças (CID - 10), implica que devam
estar presentes em graus variados de intensidade, nos episódios típicos, humor deprimido, perda de interesse e prazer nas atividades, energia
diminuída levando a uma fadiga aumentada e atividade diminuída. Podem ocorrer idéias suicidas, e pessoas deprimidas suicidam trinta vezes mais que a população geral.
Hoje sabe-se que a depressão é acompanhada por alterações em substâncias no Sistema Nervoso Central, os neurotransmissores, principalmente a noradrenalina e a serotonina. É também vista como uma condição crônica em muitos casos necessitando tratamento prolongado.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), no mundo todo, são 100 milhões de pessoas atingidas. A
depressão tem se manifestado cada vez mais cedo.
DEPRESSÃO INFANTIL
O Transtorno Depressivo Infantil é um transtorno do humor capaz de comprometer o desenvolvimento da criança ou do adolescente e interferir com seu processo de maturidade psicológica e social. São diferentes as manifestações da depressão infantil e dos adultos, possivelmente devido ao processo de desenvolvimento que existem na infância e adolescência. Tanto os quadros de Distimia quanto de Transtorno Afetivo Bipolar, podem surgir pela primeira vez durante a adolescência e o reconhecimento precoce de um estado depressivo poderá ter profundos efeitos na futura evolução da doença. Embora na maioria das crianças a sintomatologia da Depressão seja atípica, alguns podem apresentar sintomas clássicos de Depressão, tais como tristeza, ansiedade, expectativa pessimista, mudanças no hábito alimentar e no sono ou, por outro lado, problemas físicos, como dores inespecíficas, fraqueza, tonturas, mal estar geral que não respondem ao tratamento médico habitual. Na criança e adolescente a Depressão, em sua forma atípica, esconde verdadeiros sentimentos depressivos sob uma máscara de
irritabilidade, de agressividade, hiperatividade e rebeldia. As
crianças mais novas, devido a falta de habilidade para uma comunicação que demonstre seu verdadeiro estado emocional, também manifestam a depressão atípica, notadamente com hiperatividade.
O reconhecimento de um quadro depressivo infantil e da adolescência como um transtorno que pode afetar pessoas desse grupo etário, resultou na elaboração de critérios de diagnóstico para esse quadro, denominando-o de Transtorno Depressivo na Infância e Adolescência (DSMIV,
1994).
- Mudanças de humor significativa
- Distúrbios do sono
- Auto-depreciação
- Diminuição da atividade e do interesse
- Fobia escolar
- Cansaço matinal
- Queda no rendimento escolar, perda da atenção
-Aparecimento de condutas agressivas
- Perda ou aumento de peso
- Sentimento de rejeição
- Enurese e encoprese (urinar ou defecar na cama)
- Condutas anti-sociais e destrutivas
- Aumento da sensibilidade (irritação ou choro fácil)
- Queixas somáticas
- Perda de energia física e mental
- Negativismo e Pessimismo
- Idéias mórbidas sobre a vida
Apesar da Depressão, tanto no adulto quanto na criança, ter como modelo de diagnóstico a conhecida constelação de sintomas,
decorrentes da tríade sofrimento moral, a inibição psíquica global e no
estreitamento do campo vivencial, as diferentes características pessoais e
as diferentes
situações vivenciais entre o adulto e a criança, farão com que os sintomas secundários decorrentes dos sintomas básicos sejam diferentes.
Quando essas alterações não são graves o suficiente para serem consideradas Episódios Depressivos podemos chamá-Ias de Disforias.
Os sintomas físicos e somatizados também podem ocorrer na criança depressiva. Cerca de 30% dos pacientes deprimidos apresenta diminuição de apetite e 30% refere aumento, principalmente nas meninas. Insônia inicial (dificuldade para começar a dormir) também esta freqüentemente presente (60"10) e, um pouco menos freqüente, a clássica insônia terminal, que é caracterizada pelo despertar muito cedo.
DEPRESSÃO NO IDOSO
A depressão consiste em enfermidade mental frequente no idoso, associada a elevado grau de sofrimento psíquico. Quando de início tardio, frequentemente associa-se a doenças clínicas gerais e a anormalidades estruturais e funcionais do cérebro. Se não tratada, a depressão aumenta o
risco de morbidade clínica e de mortalidade, principalmente em idosos hospitalizados com enfermidades gerais.
As causas de depressão no idoso configuram-se
dentro de um conjunto amplo de componentes onde atuam fatores genéticos, eventos vitais, como
luto e abandono, e doenças incapacitantes, entre outros. Cabe ressaltar que a depressão no idoso frequentemente surge em um contexto de perda da qualidade de
vida associada ao isolamento social e ao surgimento
de doenças clínicas graves.
Enfermidades crônicas e incapacitantes constituem fatores de risco para depressão.
Sentimentos de frustração perante os anseios de vida não realizados e a própria história do sujeito marcada por perdas progressivas - do companheiro, dos laços afetivos e da capacidade de trabalho - bem como o abandono, o isolamento social, a incapacidade de reengajamento na atividade produtiva, a ausência de retorno social do investimento escolar, a aposentadoria que mina os recursos mínimos de sobrevivência, são fatores que comprometem a qualidade de vida e predispõem o idoso ao desenvolvimento de depressão.
Em pacientes idosos, além dos sintomas comuns, a depressão costuma ser acompanhada por queixas somáticas, hipocondria, baixa autoestima, sentimentos de inutilidade, humor disfórico, tendência auto-depreciativa, alteração do sono e do apetite, ideação paranóide e pensamento recorrente de suicídio.
Os sintomas em geral, estão associados à presença de doenças físicas ou ao uso de medicamentos.
Irritabilidade Tristeza
Sentimento de inutilidade
Anedonia e desinteresse
Tentativas de suicídio
Distúrbio
do sono
Inquietação psicomotora
Lentificação do raciocínio
Delírios de morte
Alucinações mandativas de suicídio
Dificuldade
de concentração e memória
Desânimo
Diminuição da auto-estima
Idéias auto-depreciativas
Inapetência
Perda da energia
Hipocondria
Idéias paranóides
Sentimento de abandono
Retraimento social/solidão
Idéias de morte
Emagreci mento
Lentificação psicomotora
Dores inespecíficas
Delírios de ruína
avaliação dos
processos psicológicos afetivos.
Afetividade: forma como vemos o mundo. O fenômenos afetivos originam-se na satisfação ou na frustração das necessidades (ou na sua expectativa) e se exteriorizam no comportamento das pessoas sob a forma de experiências subjetivas que são denominadas
emoções, sentimentos, afetos, paixões e no estado de ânimo (ou humor).
Para avaliar o estado dos processos afetivos do paciente, o examinador deve, além de ponderar os dados que lhe forem comunicados diretamente
pelo paciente e demais informantes, procurar avaliar expressão fisionômica, a motórica global e o conteúdo afetivo que se revela na aparência e na conduta do paciente ao longo da
entrevista e dos exames. A esta avaliação, sintética e global,
acrescenta-se a avaliação analítica, dirigida para cada aspecto particular da vida afetiva. AS características afetivas da personalidade de base podem ser levantadas pelo psicodiagnóstico completo ou por exames psicológicos que avaliem comportamentos específicos.
MIRANDA-SÁJr.,
Luiz Salvador. Compêndio de Psicopatoloqia e Semiotoqia
Psiquiátrica. Porto
alegre,
Artmed. 2005. 5~edição.
http://www.psicosite.com.br/tra/hum/depressao.htm
http://www.cedic.org.br/publ ic.asp?tnoti=31&cid=3
www.universia.com.br/html/materia/materia_heib.html
Ballone, GJ- Depressão
Infanti/ - in. PsiqWeb,
Internet, disponível em
www.psiqweb.med.br.
revisto em 2004.
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