*Para Pensar
«No
mundo atual está se investindo cinco vezes mais em remédios para virilidade masculina
e silicone para mulheres do que na cura do Mal de Alzheimer. Daqui a alguns
anos teremos velhinhas de seios grandes e velhinhos de membros eretos, mas eles
não se lembrarão
pra que servem. "
(Citação atribuída ao dr. Dráuzio Varela
- em entrevista à Marília Gabriela, não sei se é verdade, mas está suuuper correta)
A partir do
comentário do "Dr. Dráuzio Varella" parei para pensar – que interessante maneira
de expressar a atual inversão de valores que há tanto tempo estamos vivendo.
Analisando o
decorrer dos últimos anos, talvez os últimos 50 anos, de como foi a evolução da
sociedade neste período, o homem caminhou para uma total inversão de valores.
A angústia e a
depressão são consideradas o Mal do Século e nem poderia ser
diferente. Quando o homem coloca à frente de tudo seus interesses pessoais,
numa busca louca pelo ter, aquela vontade absurda de ser superior aos que estão
em volta e ainda se esforça para demonstrar tal "superioridade", ele cai no vazio. No vazio da pequenez. Cada vez mais
afastado de Deus o homem, consumista, egoísta e vaidoso, perde referenciais.
A sociedade é
múltipla, é fato, mas diante de tantos avanços, poderíamos tirar proveito positivamente disso.
A não ser que
haja um "despertar", o “Despertar pela Angústia”, a
única forma segundo Heidegger, ainda veremos conflitos de todos os tipos, por
domínio, por posse, por religião, por poder, o que for, o homem contínuará
nessa sua caminhada egoísta.
Segundo
Heidegger a angústia é modo de existência que reconduz o homem a sua
totalidade, que o retira da sua monotonia cotidiana, possibilitando reencontrar
sua liberdade e finitude. Assim o homem, que estava mergulhado em nada e em
lugar nenhum, encontra um modo autêntico de ser e toda sua potencialidade nesse intervalo entre o nascimento e a morte que é a própria existência e
apropriar-se dela tornando-a efetivamente sua.
Interessante
como várias vezes tentei rever meus valores, mas sempre recaio na rotina da
mesmice. Foi preciso uma crise de verdade para eu parar para pensar. Essa é a
tendência natural do homem, pensar na sua vida somente em meio a crises. Mas o
mundo está vivendo tantas crises o que está faltando então para uma reflexão
maior?
Sabe o que o
que me parece? Não haverá um despertar. As pessoas estão cada vez mais egocêntricas
e o mundo vai continuar girando da mesma forma e, as 24 horas do dia, cada vez
mais, serão insuficientes para que o homem se sinta satisfeito.
Continuaremos insatisfeitos e produzindo mais insatisfação, para nós e para as
próximas gerações.
Os
existencialistas já disseram, há vários anos atrás, que dentre as três
maneiras populares de encontrar a felicidade estão: a busca por prazer no
amor e no saber, o mergulho na espiritualidade e no espírito
comunitário. Ironicamente nenhuma dessas maneiras, por si só, são via de acesso
à felicidade.
Estamos hoje
vivendo diversas realidades, enquanto, de um lado alguns tentam resgatar
valores esquecidos, de outro, estão os adormecidos, que não se dão conta da
frenética vida que levam e, pior, os que se dão, mas continuam no caminho da
involução, buscando algo que nem eles mesmos sabem o que seja.
(Graciela
Comparin)
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