Histórico da Instituição hospitalar e Psicologia
Hospitalar no brasil
A
palavra hospital é de origem latina, hospitalis,
e significa "hospedar". Esse locais eram casas de assistência que recebiam peregrinos,
pobres, enfermos. (MS, 1965). A partir do séc. IV e toda a Idade Média os
cuidados dos enfermos ficaram a cargos das igrejas em seus monastérios. Foram
eles que serviram de modelo para os hospitais modernos.
Durante
séculos a atenção psicológica aos enfermos confundiu-se som atenção religiosa.
O acompanhamento em clínicas e hospitais era realizado por freiras. (MS,1965)
De
acordo com Foucalt (1999), o surgimento do hospital foi uma inovação social. O
hospital, como instrumento terapêutico, surgiu no final do século XVIII. Até
então o hospital era apenas uma instituição de assistência aos pobres, que
deveria recolhê-los, evitar que suas doenças contagiassem os outros. Sua
função, era assistir o pobre moribundo —
um morredouro —, como era chamado à época. No hospital, por ser dirigido por religiosos, seus trabalhadores atuavam com fins
caritativos, em busca da salvação de suas almas através do auxílio ao próximo.
Os médicos, por sua vez, mantinham uma relação individual com o doente, sem
passar pelo espaço hospitalar (FOUCAULT, 1999).
Segundo
Tatiana Silva "a transformação do hospital se dá pela necessidade de se
organizar a desordem que imperava na
época [...] além de outras razões de ordem econômica e do receio da propagação
de epidemias." (SILVA, 2003)
De
acordo com a autora supra citada a é função do hospital não é apenas atender aos pobres que estão morrendo, nem
tampouco curar os doentes. Já se fala que essa missão evoluiu para a prevenção e manutenção da saúde.
Psicologia
Hospitalar no Brasil
De
acorodo com Marcon (2004) a prática do psicólogo brasileiro está consolidada na
esfera privada. Não é comum que este profissional atue fora de seu consultório.
Entretanto a partir da década de 80,
a área da saúde pública passou a constituir-se em mais uma possibilidade de
absorção profissional. [...] a inserção do psicólogo em hospitais deu-se, a
partir da década de 60, na rede pública
de hospitais, sendo o enfoque clínico o
modelo priorizado. [...] até o final da década de 80 as instituições
psiquiátricas ainda eram os locais privilegiados de inserção do psicólogo. (MARCON,
2004)
Segundo Maia (2004) por volta da década de 70
iniciam-se demandas por trabalhos psicológicos sob uma nova perspectiva, que
abrange uma clientela diferenciada, um local distinto, e que tem como
conseqüência principal a necessidade de se considerar o contexto no qual os
sujeitos-alvo dos cuidados psicológicos estão inseridos, havendo uma mudança na
visão intrapessoal existente, para a percepção da experiência vivida em função
da inserção social do sujeito - a contextualização do fenômeno clínico.
(MAIA,2004)
A psicologia hospitalar tem construído sua
história, passo a passo, médicos e enfermeiros observam que diversos usuários
acabam voltando ao hospital novamente “doentes”, solicitando atendimento e
cuidados . (FOSSI, 2004)
Maia (2004) aponta para a importância da
interdisciplinaridade para o trabalho do psicólogo dentro das instituições
hospitalares. As influências que
incidiram diretamente na perspectiva de inserção do psicólogo no campo da saúde
(para além do modelo biomédico), estavam em consonância com as paradigmas de
saúde que se iniciavam e tiveram como marco a famosa conferência de Alma Ata
(OMS, 1978). (MAIA 2004)
No entanto, apenas com as Ações Integradas
de Saúde (AIS) , tornou-se facultativo ao psicólogo a entrada no sistema de saúde
pública e, conseqüentemente, nos hospitais não psiquiátricos [...] a própria
legislação e os programas oficiais de saúde passam a possibilitar a presença e atuação autônoma do psicólogo
nas equipes de saúde. (MAIA, 2004)
Ainda segundo Maia (2004), o hospital configurou-se, como um novo local de
atuação para o psicólogo que, apesar de ver seu campo de trabalho ampliado, não
dispunha de nenhum arcabouço teórico-prático que fundamentasse seu trabalho,
além da transposição do tradicional referencial clínico do consultório [...]
aqueles que iniciaram a psicologia da saúde-hospitalar levantaram questões
relacionadas à nova especialidade que surgia e que tinham em seu bojo a
formação profissional. (MAIA, 2004)
Para Fossi 2004 a integração da equipe de
saúde é imprescindível para que o atendimento e o cuidado alcance a amplitude
do ser humano, considerando as diversas necessidades do paciente e assim,
transcendendo a noção de conceito de saúde, de que a ausência de enfermidade
significa ser saudável. (FOSSI, 2004)
Dessa forma, o trabalho em equipe mostra-se
fundamental para o atendimento hospitalar, integrando médicos, enfermeiros,
psicólogos e o outros, para que a pessoa
seja tomada como um todo, para que ela possa ter um atendimento humanizado,
contemplando assim, outras necessidades dos usuários. A contribuição da
psicologia hospitalar não se limita ao usuário ou à instituição, mas a
especificidades que auxiliam todo o trabalho da equipe médica. A experiência da
multidisciplinariedade proporcionou a continuidade da construção da identidade
do psicólogo, enquanto um profissional do campo da saúde. (FOSSI, 2004)
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