Período
Pós-Socrático
Principais representantes: Platão e
Aristóteles
Último
período da Filosofia antiga. Essa época da Filosofia é constituída por grandes
sistemas ou doutrinas, isto é, explicações totalizantes sobre a Natureza, o
homem, as relações entre ambos e deles com a divindade (esta, em geral, pensada
como Providência divina que instaura e conserva a ordem universal). Predominam
preocupações com a ética - pois os filósofos já não podem ocupar-se diretamente
com a política - a física, a teologia e a religião.
Platão
(427-347
a.), discípulo de Sócrates. Esse filósofo procurou definir um "lugar"
para a razão no nosso próprio corpo. Definiu esse lugar como sendo a cabeça,
onde se encontra a alma do homem. A medula seria, portanto, o elemento de
ligação da alma com o corpo. Este elemento de ligação era necessário porque
Platão concebia a alma separada do corpo. Quando alguém morria, a matéria (o
corpo) desaparecia, mas a alma ficava livre para ocupar outro corpo. Aristóteles
(384-322 a.Ci), discípulo de Platão, foi um dos mais importantes pensadores da
história da Filosofia. Sua contribuição foi inovadora ao postular que alma e
corpo não podem ser dissociados. Para Aristóteles, a psyché seria o princípio ativo da vida. Tudo aquilo que cresce, se
reproduz e se alimenta possui a sua psyché
ou alma. Desta forma, os vegetais, os animais e o homem teriam alma. Os
vegetais teriam a alma vegetativa, que se define pela função de alimentação e
reprodução. Os animais teriam essa alma e a alma sensitiva, que tem a função de
percepção e movimento. E o homem teria os dois níveis anteriores e a alma
racional, que tem a função pensante. Esse filósofo chegou a estudar as
diferenças entre a razão, a percepção e as sensações. Esse estudo está
sistematizado no “Da anima”, que pode ser considerado o primeiro tratado em
Psicologia. A razão permitia ao homem sobrepor-se aos instintos.
Portanto,
2300 anos antes do advento da Psicologia científica, os gregos já haviam
formulado duas "teorias": a platônica,
que postulava a imortalidade da alma e a concebia separada do corpo, e a aristotélica,
que afirmava a mortalidade da alma e a sua relação de pertencimento ao corpo.
Entre
as novas tendências que surgiram, devemos registrar a fundação de escolas
filosóficas como: O estoicismo e o epicurismo.
Ceticismo
De
acordo com os pensadores céticos, a dúvida deve estar sempre presente, pois o
ser humano não consegue conhecer nada de forma exata e segura.
Epicurismo
Os
epicuristas, seguidores do pensador Epicuro, defendiam que o bem era originário
da prática da virtude. O corpo e a alma não deveriam sofrer para, desta forma,
chegar-se ao prazer. O prazer deverá ser regido pela razão, o que
resulta em moderação.
Estoicos
Os estóicos, como Sêneca e Marco Aurélio, pregam que o homem
deve permanecer indiferente a circunstâncias exteriores, como dor, prazer e
emoção. Procuram submeter sua conduta à razão, mesmo que isso traga dor e
sofrimento, e não prazer.
Hedonismo filosófico
O Hedonismo é muito
confundido com o Epicurismo, apesar de eles possuírem divergências claras. O
epicurismo surge através de Epicuro, que levando em conta o hedonismo que o
antecede irá, segundo suas concepções, aperfeiçoá-lo. Aristipo de Cirene (ca. 435-335 a.C.),
contemporâneo de Sócrates, é considerado o fundador do hedonismo filosófico.
Ele distinguia dois estados da alma humana, o prazer (movimento suave do amor)
e a dor (movimento áspero do amor). Segundo ele o prazer, independentemente da
sua origem, tem sempre a mesma qualidade e o único caminho para a felicidade é
a busca do prazer e a diminuição da dor. Ele afirma inclusive que o prazer
corpóreo é o próprio sentido da vida. Outros defensores do hedonismo clássico
foram Teodoro de Cirene e Hegesias de Cirene.
É importante notar que o
hedonismo cirenaico diferencia-se do hedonismo epicurista, sobretudo no que diz
respeito à avaliação moral do prazer. Enquanto a escola cirenaica preceitua que
o prazer é sempre um bem em si e melhor quanto mais tempo durar e quanto mais
intenso for, a filosofia epicurista determina que o prazer, para ser um bem,
precisa de moderação.
Pensamento
Medieval
A
filosofia nessa época está relacionada ao conhecimento religioso, ao poder
econômico e político da Igreja Católica que, também monopolizava o saber e, o
estudo do psiquismo.
Os
dois grandes filósofos representantes desse período foram Santo Agostinho
(354-430) e São Tomás de Aquino (1225-1274).
Santo Agostinho,
inspirado em Platão, também fazia uma cisão entre alma e corpo. Entretanto,
para ele, a alma não era somente a sede da razão, mas a prova de uma
manifestação divina no homem. A alma era imortal por ser o elemento que liga o
homem a Deus. E, sendo a alma também a sede do pensamento, a Igreja passa a se
preocupar também com sua compreensão. São Tomás de Aquino viveu num período que
prenunciava a ruptura da Igreja Católica, o aparecimento do protestantismo -
uma época que preparava a transição para o capitalismo, com a revolução
francesa e a revolução industrial na Inglaterra. Essa crise econômica e social leva
ao questionamento da Igreja e dos conhecimentos produzidos por ela. Dessa
forma, foi preciso encontrar novas justificativas para a relação entre Deus e o
homem.
São Tomás de Aquino foi
buscar em Aristóteles a distinção entre essência e existência. Como o filósofo
grego, considera que o homem, na sua essência, busca a perfeição através de sua
existência.Porém, introduzindo o ponto de vista religioso, ao contrário de Aristóteles,
afirma que somente Deus seria capaz de reunir a essência e a existência, em
termos de igualdade. Portanto, a busca de perfeição pelo homem seria a busca de
Deus. São Tomás de Aquino encontra argumentos racionais para justificar os
dogmas da Igreja e continua garantindo para ela o monopólio do estudo do
psiquismo.
São
Tomás de Aquino é responsável pela fundação da escola filosófica Patrística, onde buscava-se formas de
combater religiões pagãs, evitar heresias, os padres buscavam argumentação nos
filósofos gregos.
Santo
Agostinho é responsável pela fundação da escola filosófica Escolástica, de caráter acadêmico, educativo, era um tipo de vida
intelectual, que predominou dos Sécs. XI ao XV, contribuindo para os
estabelecimento das universidades.
Renascimento
Pouco
mais de 200 anos após a morte de São Tomás de Aquino, tem início uma época de
transformações radicais no mundo europeu. É o Renascimento ou Renascença.
As
transformações ocorrem em todos os setores da produção humana. Por volta de
1300, Dante escreve A Divina Comédia; entre 1475 e 1478, Leonardo da Vinci pinta
o quadro Anunciação; em 1484, Boticelli pinta o Nascimento de Vênus; em 1501,
Michelangelo esculpe o Davi; e, em 1513, Maquiavel escreve O Principe, obra
clássica da política. As ciências também conhecem um grande avanço. Em 1543,
Copérnico causa uma revolução no conhecimento humano mostrando que o nosso
planeta não é o centro do universo. Em 1610, Galileu estuda a queda dos corpos,
realizando as primeiras experiências da Física moderna. Esse avanço na produção
de conhecimentos propicia o início da sistematização do conhecimento científico
- começam a se estabelecer métodos e regras básicas para a construção do
conhecimento científico. Neste período, René Descartes (1596-1659), um dos
filósofos que mais contribuiu para o avanço da ciência, postula a separação entre
mente (alma, espírito) e corpo, afirmando que o homem possui uma substância
material e uma substância pensante, e que o corpo, desprovido do espírito, é
apenas uma máquina.
Esse
dualismo mente-corpo torna possível o estudo do corpo humano morto, o que era
impensável nos séculos anteriores (o corpo era considerado sagrado pela igreja,
por ser a sede da alma), e dessa forma possibilita o avanço da Anatomia e da
Fisiologia, que iria contribuir em muito para o progresso da própria
Psicologia.
Nota:
Hedonismo
da Renascença
Neste
período Julien Offray de La Mettrie, iluminista francês, atualizou o hedonismo
e seu discípulo, Donatien Alphonse François de Sade, radicalizou-o,
transformando-o em amoralismo, tranformando o ideal de "serenidade"
em "frieza" diante de outras pessoas. Posteriormente as teses
hedonistas foram retomadas pelos autores utilitaristas Jeremy Bentham e Henry
Sidgwick. Este último autor distingue entre hedonismo psicológico e hedonismo
ético: Hedonismo psicológico é a pressuposição antropológica de que o ser humano sempre procura aumentar
o seu prazer e diminuir seu sofrimento e que, assim, a busca do prazer é a
única força motivadora da ação humana; já
hedonismo ético é uma teoria normativa que afirma que os homens devem
ver o prazer (os bens materiais) como o mais importante em suas vidas. Aqui
diferenciam-se o egoísmo hedonista, no qual o indivíduo busca somente o seu
próprio bem, e o hedonismo universalista ou utilitarismo, que busca o bem de
todos
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