Transgeracional: se refere a um
material psíquico da herança genealógica não transformada e não simbolizada,
apresentando assim vazios e lacunas na transmissão, de modo que o significado
aponta para o fato psíquico inconsciente que atravessa diversas gerações.
Rosa (2001) vai apontar
especificamente para a transmissão do não-dito, onde está presente uma situação
de escolha muito ambivalente nas gerações: entre o dizer e o não dizer, a
solução adotada por famílias que enfrentaram situações de sofrimento muitas
vezes é a de não falar sobre o passado doloroso.
Quanto à noção de
transmissão psíquica na constituição do sujeito, pode-se dizer que já estava
presente na obra de Freud desde os trabalhos de 1912/1913. Entretanto, só nas
últimas décadas é que esse tema acabou sendo objeto de interesse entre os
psicanalistas, mais precisamente um grupo de psicanalistas franceses que
procurou fazer uma correlação entre a terapia de grupo e a familiar,
destacando-se Eiguer (1998) e Kaës (1993, 1998).
A transmissão psíquica geracional se apresenta de duas formas
distintas, de acordo com Correa (2000): A Intergeracional como sendo aquela que
inclui um espaço de metabolização do material psíquico transmitido pela geração
mais próxima e que, transformado, passará à seguinte. E a Transgeracional que
se refere a um material psíquico da herança genealógica não transformada e não
simbolizada, apresentando assim vazios e lacunas na transmissão, de modo que o
significado aponta para o fato psíquico inconsciente que atravessa diversas
gerações.
Rosa (2001) vai apontar
especificamente para a transmissão do não-dito, onde está presente uma situação
de escolha muito ambivalente nas gerações: entre o dizer e o não dizer, a
solução adotada por famílias que enfrentaram situações de sofrimento muitas
vezes é a de não falar sobre o passado doloroso.
“Calar-se sobre o acontecimento é tentar
suspender o enigma de sua significação, tanto para quem cala como para o outro,
que recebe não o enigma, mas um significado solidificado, uma única versão
substitutiva tomada como verdade. Dessa forma, calar pode ter função de dupla
alienação: mantendo o sujeito no refúgio narcísico e mantendo-o submetido a uma
ordem instituída como condição para pertencer ao grupo familiar ou social” .(ROSA, 2001)
FONTE:
Isabel Cristina Gomes
http://scielo.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-59432005000200005
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