Subjetividade
Que é próprio ao sujeito e que
caracteriza o ser humano. Categoria analítica que permite a compreensão da
dinâmica social a partir da indissociabilidade do individual e do coletivo.
Subjetividade e trabalho
Processos através dos quais as
experiências do trabalho conformam modos de agir, pensar e sentir, amarrados em
dados momentos. Implica nas diferentes e
criação de outros modos de trabalhar, na forma das transgressões, ou resistências-potências e modos de produzir.
Trata-se de pensar a
subjetividade através dos “processos” e dos “modos de subjetivação”.
Modos de subjetivação referem-se
ao modo como os sujeitos relacionam-se com a regra e a forma como se vêem
obrigados a cumprir esta “obrigação”.
Verdade
Construção de lógicas específicas
que os sujeitos utilizam para compreender quem são. A verdade seria produzida
pelos “indivíduos livres”, que organizam certo consenso e que se encontram
inseridos em uma rede específica de práticas de poder e de instituições que as
impõe. Cada verdade sustenta um ideal para cada grupo, cultura ou sociedade.
Poder
Está em todos os lugares e a
possibilidade de resistência também. As
relações de poder só se exercem entre sujeitos livres.
Formas de dominação (poder)
implicam em resistência e criacão de contra-poderes.
Resistência ao capitalismo –
movimento sindical. (contra-poder)
“o sujeito é atravessado pelas
regras morais ao construir sua forma de inserção social (nardi) [...] é
necessário desconstruir os regimes de verdades que se apresenta sob a forma de
formações discursivas que naturalizam as relações sociais [...] e
desnaturalizam as formas de dominação, demosntrando que elas sã históricas e
contextuais.
Centralidade do TRabalho
Apesar das transformações
contemporâneas (desregulamentação e ruptura da coesão social, globalização,
etc.) o trabalho continua central do ponto de vista da estrutura social e da
construção material e pasíquica dos sujeitos. Ainda vivemos num modo de
produção capitalista (Singer, 1998), no qual a grande maioria da população
depende de vender a sua força de trabalho para garantir sua existência. O
trabalho é modo de manutenção dos seres humanos que garante a aquisição dos
proventos necessários a sua sobrevivência.
É exatamente por fazer falta na
organização da sociedade, seja pela precarização como pela via do desemprego,
que o trabalho se torna mais central. Isto justifica a grande produção
intelectual a respeito do trabalho e o debate político em torno dodesemprego.
3 fatos históricos
Reforma
Protestante
Marca o momento quando o trabalho
passa a ser pensado como vocação e passa a ser valorizado como esforço
individual ante à necessidade de sobrevivência e como elo entre o indivíduo e a
sociedade.
No séc. XVIII o trabalho
representava, basicamente, o esforço individual devido à imposição da
sobrevivência. O trabalho ainda não havia se disseminado como valor moral para
o conjunto da classe trabalhadora.
Trabalho:
- Laço social fundamental
- Modalidade de aprendizagem
- Via de libertação da alienação e exploração
- Via de emancipação
- Via de humanização e civilização do mundo (séc. XVIII)
Revolução
Francesa e Revolução Industrial
Na passagem do feudalismo para o
capitalismo surge uma sociedade de indivíduos proprietários. Na sociedade
feudal o indivíduo não era proprietário de si, mas sim do senhor feudal. A
partir da inserção do trabalhador no sistema capitalista ele se torna
proprietário dos seus bens e de si mesmo.
A Revolução Francesa e a
Revolução Industrial marcam a passagem entre esses dois sistemas.
A evolução Francesa foi uma
revolução burguesa baseada em princípios
liberais. Acabou por ser engolida pela Rev. Industrial (inglesa) que trouxe um
maciço avanço na economia do capitalismo industrial em escala mundial, no
progresso e no liberalismo. A sobreviv~encia obrigou os cidadãos trabalhadores
franceses “livre e iguais’ a aceitarem
relações de trabalho absolutamente perversas.
Apesar da Re. Franc ter concedido
direitos políticos iguais aos cidadãos, os trabalhadores, devido a condição de
“não proprietários”, não gozavam de uma igualdade de fato, pois estavam
“despossuídos de di mesmos.
Anomia:
Ausência de uma regulamentação
capaz de assegurar a cooperação entre as funções especializadas em uma
sociedade causada pela falta de interação entre os diferentes papéis desempenhados
pelos indivíduos na sociedade.
Coesão Social
“É assegurada pela cooperação
regulamentada entre os indivíduos já associados pela divisão do trabalho,
tornando os indivíduos interdependentes, ela não divide, ela une” (Durkenheim)
“Emprego á forma de integração
por excelência da sociedade salarial, a qual é regulada pelo conjunto de regras
e proteções que caracterizam o que se chama de Estado Social.
“O emprego assalariado estável
coloca o trabalho em uma nova ordem social, a qual deveria garantir a
distribuição de renda e o crescimento econômico. “neste contexto, o trabalho se
transforma na garantia da integração e da coesão social. No séc. XX as relações
de trabalho assumem a forma contratual que caracteriza o emprego.
Lidke (1997) – associação trabalho/emprego,
construída na sociedade industrial e que tornou-se “importante referencial para
o desenvolvimento emocional, ético e cognitivo do indivíduo ao longo do seu
processo de socialização, para seu conhecimento social, para seu reconhecimento
social, para atribuição de prestígio social intra e extragrupal.”
A partir dos anos 70 passagem do
modelo fordista para acumulação flexível.
Vida material onde se constitui a
subjetividade.
A propriedade social torna
possível aos indivíduos gozar de forma igualitária os direitos de cidadão. É o
surgimento da propriedade pública que permitiu a superação do propriedade priva
da como suporte do indivíduo para que ele pudesse tornar-se proprietário de si
mesmo.
A prorpiedade privada (social) é
algo que não se pode comprar no mercado e que gera segurança, depende de um
sistema de direitos e obrigações. A aposentadoria, por exemplo, uma vez
conquistada, cabe ao Estado garanti-la.
Na Europa do pós-guerra se dá a
consolidação da sociedade salarial, através da construção do Estado Social. È o trabalho sob forma e emprego
estável, que permitiu a filiação `asociedade salarial.
Propriedade social – função
suporte para existência dos indivíduos – processos de subjetivação dos
trabalhadores.
O grau de liberdade possível para a construção de uma ÉTICA que
se formula, de fato, a partir de uma prática reflexiva possibilitadora de
alteridade, depende dos suportes materiais que permitem afirmar-se para além do mundo da necessidade,
ou seja, para além da luta cotidiana pela sobrevivência.
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