quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A PSICONEUROIMUNOLOGIA



A PSICONEUROIMUNOLOGIA

A reciprocidade entre a psique, o SNC e o Sistema Imunológico estimulou o desenvolvimento de uma nova e interessante área médica que estuda as perturbações de um sistema que se refletem no outro: a Psiconeuroimunologia.
 É surpreendente constatar que esses sistemas agem da mesma forma e integrados: são responsáveis pelo relacionamento do organismo com o mundo externo, avaliam se os elementos da realidade "externa" à pessoa são inócuos ou perigosos, servem à defesa e adaptação, seus desequilíbrios ocasionam doenças, possuem memória e aprendem pela experiência, e contribuem para o equilíbrio do ser no mundo e consigo próprio.

As evidências da interação entre esses sistemas incluem:

·       Doenças infecciosas, câncer, alergias e doenças auto-imunes estão associadas, no seu início e no seu curso, com diversas alterações psicológicas;

·       As alterações emocionais e mentais têm evidentes influências na síntese dos hormônios do estresse (cortisol e adrenalina) e na ocorrência de anormalidades imunológicas;
·       As alterações na síntese de determinados neurotransmissores e neuropeptídeos causam alterações na imunidade; e
·       Drogas psicoativas têm efeitos comprovados sobre a imunidade.

Órgãos imunes, como o timo, o baço e a medula óssea, recebem inervação da porção simpática do Sistema Nervoso Autônomo, havendo sinapses nas uniões entre os terminais nervosos simpáticos e as células imunológicas. Da mesma forma que o Sistema Nervoso Central interfere no Sistema Imunológico, um estresse imunológico também interfere no SNC. Os neurônios do hipotálamo disparam de maneira seqüencial após o contato com antígenos (corpo estranho) ou com toxinas elaboradas por células inflamatórias (citotoxinas), ativando o eixo hipotálamo-hipófise-suprarenal, num estado semelhante ao estresse.
Já está comprovado que doenças psíquicas, como a depressão, diminuem a neurogênese no hipocampo, prejudicam a memória e chegam a matar neurônios no hipocampo. Se introjetamos nossos medos, raivas, preocupações, angústias, frustrações e amarguras, doenças crônicas como artrites, gastrites e até mesmo neoplasias (câncer), sempre surgem.
Estados depressivos tanto podem deprimir quanto ativar, patologicamente, o Sistema Imunológico. 
A reativação de vírus latentes (como o vírus do Herpes Simples) e a ocorrência de doenças auto-imunes são alguns exemplos dessa interação. Dessa forma fica evidente que a imunidade se regula também cerebralmente com o córtex cerebral esquerdo tendo maior influência na maturação e na função de linfócitos T. Alterações emocionais e mentais, advindas de estresse, ansiedade ou depressão, retardam significativamente a atividade dos linfócitos T, proporcionando tanto hipersensibilidades, dermatites e até asma brônquica de fundo alérgico, quanto interferências no surgimento e na evolução de doenças mais graves como o câncer.
A psiconeuroimunologia do câncer, hoje uma área extensamente pesquisada, já demonstra que a agressividade e a malignidade de determinados tipos específicos de tumores varia de acordo com a habilidade do Sistema Imunológico em resistir a eles (in Lewis C.E., The  Psychoneuraimmunology of Câncer; Oxford University Press, 1.994). A imunoterapia está ganhando atenção, particularmente para o tratamento de melanomas, linfomas e câncer da mama. Uma célula humana leva, em média, seis horas para duplicar todos os seus três bilhões de pares de bases e só comete um erro a cada 10 bilhões de pares, ou seja, um erro para cada três células duplicadas. Nesses "erros" do mecanismo de divisão celular, por vezes produzem-se mudanças responsáveis por melhorias, garantindo a enorme variedade humana, inclusive quanto à resistência a doenças. Mas por outro lado podem surgir células com tendência à transformação maligna, com perda, por exemplo, dos mecanismos controladores da replicação celular.

Fonte:
http://www.orion.med.br/o2tx20.htm
http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?art=307&sec=27

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