A PSICONEUROIMUNOLOGIA
A
reciprocidade entre a psique, o SNC e o Sistema Imunológico estimulou o
desenvolvimento de uma nova e interessante área médica que estuda as
perturbações de um sistema que se refletem no outro: a Psiconeuroimunologia.
É surpreendente constatar que esses sistemas
agem da mesma forma e integrados: são responsáveis pelo relacionamento do
organismo com o mundo externo, avaliam se os elementos da realidade "externa"
à pessoa são inócuos ou perigosos, servem à defesa e adaptação, seus desequilíbrios
ocasionam doenças, possuem memória e aprendem pela experiência, e contribuem para
o equilíbrio do ser no mundo e consigo próprio.
As
evidências da interação entre esses sistemas incluem:
·
Doenças infecciosas, câncer, alergias e
doenças auto-imunes estão associadas, no seu início e no seu curso, com diversas
alterações psicológicas;
·
As alterações emocionais e mentais têm
evidentes influências na síntese dos hormônios do estresse (cortisol e
adrenalina) e na ocorrência de anormalidades imunológicas;
·
As alterações na síntese de determinados
neurotransmissores e neuropeptídeos causam alterações na imunidade; e
·
Drogas psicoativas têm efeitos comprovados
sobre a imunidade.
Órgãos
imunes, como o timo, o baço e a medula óssea, recebem inervação da porção
simpática do Sistema Nervoso Autônomo, havendo sinapses nas uniões entre os
terminais nervosos simpáticos e as células imunológicas. Da mesma forma que o
Sistema Nervoso Central interfere no Sistema Imunológico, um estresse
imunológico também interfere no SNC. Os neurônios do hipotálamo disparam de
maneira seqüencial após o contato com antígenos (corpo estranho) ou com toxinas
elaboradas por células inflamatórias (citotoxinas), ativando o eixo
hipotálamo-hipófise-suprarenal, num estado semelhante ao estresse.
Já
está comprovado que doenças psíquicas, como a depressão, diminuem a neurogênese
no hipocampo, prejudicam a memória e chegam a matar neurônios no hipocampo. Se introjetamos
nossos medos, raivas, preocupações, angústias, frustrações e amarguras, doenças
crônicas como artrites, gastrites e até mesmo neoplasias (câncer), sempre
surgem.
Estados
depressivos tanto podem deprimir quanto ativar, patologicamente, o Sistema
Imunológico.
A
reativação de vírus latentes (como o vírus do Herpes Simples) e a ocorrência de
doenças auto-imunes são alguns exemplos dessa interação. Dessa forma fica
evidente que a imunidade se regula também cerebralmente com o córtex cerebral
esquerdo tendo maior influência na maturação e na função de linfócitos T.
Alterações emocionais e mentais, advindas de estresse, ansiedade ou depressão,
retardam significativamente a atividade dos linfócitos T, proporcionando tanto
hipersensibilidades, dermatites e até asma brônquica de fundo alérgico, quanto
interferências no surgimento e na evolução de doenças mais graves como o
câncer.
A
psiconeuroimunologia do câncer, hoje uma área extensamente pesquisada, já
demonstra que a agressividade e a malignidade de determinados tipos específicos
de tumores varia de acordo com a habilidade do Sistema Imunológico em resistir
a eles (in Lewis C.E., The Psychoneuraimmunology
of Câncer; Oxford University Press, 1.994). A imunoterapia está ganhando atenção,
particularmente para o tratamento de melanomas, linfomas e câncer da mama. Uma
célula humana leva, em média, seis horas para duplicar todos os seus três
bilhões de pares de bases e só comete um erro a cada 10 bilhões de pares, ou
seja, um erro para cada três células duplicadas. Nesses "erros" do
mecanismo de divisão celular, por vezes produzem-se mudanças responsáveis por
melhorias, garantindo a enorme variedade humana, inclusive quanto à resistência
a doenças. Mas por outro lado podem surgir células com tendência à
transformação maligna, com perda, por exemplo, dos mecanismos controladores da
replicação celular.
Fonte:
http://www.orion.med.br/o2tx20.htm
http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?art=307&sec=27
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