sábado, 5 de janeiro de 2013

Invertendo Valores











*Para Pensar

«No mundo atual está se investindo cinco vezes mais em remédios para virilidade masculina e silicone para mulheres do que na cura do Mal de Alzheimer. Daqui a alguns anos teremos velhinhas de seios grandes e velhinhos de membros eretos, mas eles não se lembrarão pra que servem. "
(Citação atribuída ao dr. Dráuzio Varela - em entrevista à Marília Gabriela, não sei se é verdade, mas está suuuper correta)

A partir do comentário do "Dr. Dráuzio Varella" parei para pensar – que interessante maneira de expressar a atual inversão de valores que há tanto tempo estamos vivendo.
Analisando o decorrer dos últimos anos, talvez os últimos 50 anos, de como foi a evolução da sociedade neste período, o homem caminhou para uma total inversão de valores.

A angústia e a depressão são  consideradas o Mal do Século e nem poderia ser diferente. Quando o homem coloca à frente de tudo seus interesses pessoais, numa busca louca pelo ter, aquela vontade absurda de ser superior aos que estão em volta e ainda se esforça para demonstrar tal "superioridade", ele cai no vazio. No vazio da pequenez. Cada vez mais afastado de Deus o homem, consumista, egoísta e vaidoso, perde referenciais.

A sociedade é múltipla, é fato, mas diante de tantos avanços, poderíamos tirar proveito positivamente disso.

A não ser que haja um "despertar",   o “Despertar pela Angústia”, a única forma segundo Heidegger, ainda veremos conflitos de todos os tipos, por domínio, por posse, por religião, por poder, o que for, o homem contínuará nessa  sua caminhada egoísta.

 Segundo Heidegger a angústia é modo de existência que reconduz o homem a sua totalidade, que o retira da sua monotonia cotidiana, possibilitando reencontrar sua liberdade e finitude. Assim o homem, que estava mergulhado em nada e em lugar nenhum, encontra um modo autêntico de ser e toda sua potencialidade nesse intervalo entre o nascimento e a morte que é a própria existência e apropriar-se dela tornando-a efetivamente sua.

 Interessante como várias vezes tentei rever meus valores, mas sempre recaio na rotina da mesmice. Foi preciso uma crise de verdade para eu parar para pensar. Essa é a tendência natural do homem, pensar na sua vida somente em meio a crises. Mas o mundo está vivendo tantas crises o que está faltando então para uma reflexão maior?
Sabe o que o que me parece? Não haverá um despertar. As pessoas estão cada vez mais egocêntricas e o mundo vai continuar girando da mesma forma e, as 24 horas do dia, cada vez mais, serão insuficientes para que o homem se sinta satisfeito. Continuaremos insatisfeitos e produzindo mais insatisfação, para nós e para as próximas gerações.

Os existencialistas já disseram, há vários anos atrás, que dentre as três  maneiras populares de encontrar a felicidade estão: a busca por prazer no amor e no saber,   o mergulho na espiritualidade e no espírito comunitário. Ironicamente nenhuma dessas maneiras, por si só, são via de acesso à felicidade.

Estamos hoje vivendo diversas realidades, enquanto, de um lado alguns tentam resgatar valores esquecidos, de outro, estão os adormecidos, que não se dão conta da frenética vida que levam e, pior, os que se dão, mas continuam no caminho da involução, buscando algo que nem eles mesmos sabem o que  seja.

(Graciela Comparin)


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