domingo, 6 de janeiro de 2013

SÍNDROMES GENÉTICAS



Síndrome de Down

Trissomia do 21 ocorre quando há um excesso de material genético no portador da síndrome, mais exatamente esse portador apresenta em seu cariótipo um cromossomo 21 a mais. Sendo assim, várias relações essenciais ao bom desempenho do sistema do organismo não se fazem de forma apropriada.
Estima-se que a cada 550 bebês que nascem, 01 tenha a Síndrome de Down.   

Causa

A Síndrome de Down é causada pela alteração de um dos pares de cromossomos, da célula humana, o de número 21, esse par passa a ter um cromossomo a mais. Logo, em uma célula de pessoa com Síndrome de Down, existem 47 cromossomos.
A principal forma de ocorrer a Síndrome de Down é:
A não segregação do cromossomo homólogo do 21 durante a meios.

O diagnóstico da Síndrome de Down pode ser feito durante o pré-natal, através do exame de translucência nucal; mas para ter certeza é preciso fazer a análise dos cromossomos do feto, que é conseguido pelo exame de amniocentese. Também pode ser feito pós-natal através da observação de várias características físicas da criança, porém sempre confirmando a suspeita através do exame de cariótipo.

  Características fenotípicas

·       olhos com linha ascendente e dobras da pele nos cantos internos (semelhantes aos orientais)
·       nariz pequeno e um pouco "achatado"
·       rosto redondo
·       orelhas pequenas
·       baixa estatura
·       pescoço curto e grosso
·       flacidez muscular
·       mãos pequenas com dedos curtos
·       prega palmar única

Tratamento

Até o momento não há cura. A Síndrome de Down é uma anomalia das próprias células, não existindo drogas, vacinas, remédios, escolas ou técnicas milagrosas para curá-la.
Com os portadores da Síndrome de Down deverão ser desenvolvidos programas de estimulação precoce que propiciem seu desenvolvimento motor e intelectual, iniciando-se com 15 dias após o nascimento.

Síndrome de Klinefelter

A Síndrome de Klinefelter é provavelmente a variação cromossômica mais comum encontrada em seres humanos. A cada 500 nascimentos é encontrado um menino com a síndrome. Uma vez que a grande maioria destes casos não serão diagnosticados, isto mostra que em muitos casos de indivíduos afetados, eles levam  vidas normais sem problemas médicos ou sociais. Dr. Harry Klinefelter descreveu corretamente essa síndrome em 1942. Após 1956, outros pesquisadores relataram que muitos meninos com a mesma descrição possuíam cariótipo com 47 cromossomos em cada célula de seus corpos em lugar do usual número de 46, sendo esta síndrome é muitas vezes escrita como  47,XXY. Este cromossomo sexual extra (X) causava uma mudança característica nestes meninos.

 Causa

A causa da síndrome de Klinefelter é a existência de um cromossomo X adicional que afeta somente os homens. Esse cromossomo adicional surge quando ocorre a não-disjunção dos cromossomos sexuais durante a gametogênese, tanto no homem quanto na mulher.

Diagnóstico

Até a década de 60 o único meio de confirmação da Síndrome de Kinefelter era a biópsia testicular.
Nos dias atuais, entretanto, esse exame perdeu sua importância e só é realizado após esgotarem-se as possibilidades oferecidas pela citogenética.
O exame genético da Síndrome de Klinefelter, feito atualmente, mostra que o cariótipo de um portador geralmente é 47, XXY. Um exame simples e econômico é a detecção do corpúsculo de BAAR (cromatina sexual). Isso torna o exame do cariótipo do paciente necessário somente quando o estudo do cromossomo sexual contraria o quadro clínico.
Apesar desse novo estilo de exames ter tornado possível o diagnóstico em pacientes pré-púberes, a maioria dos casos só são detectados em pacientes após a puberdade quando se iniciam os primeiros sinais (ginecomastia, hipogenitalismo) ou então em testes de fertilidade já que uma parte dos homens estéreis pode ser portadora de Síndrome de Kinefelter.

Características fenotípicas

·       Esterilidade
·       Desenvolvimento de seios (Ginecomastia)
·       Características masculinas incompletas
·       Problemas sociais e/ou de aprendizagem
·       Preferência por jogos calmos
·       São frequentemente carentes e reservados
·       Tremores na mãos
·       Frustração causa explosão de temperamento
·       Dificuldade de concentração
·       Baixo nível de atividade
·       Baixo grau de paciência
·       Dificuldade de despertar pela manhã
·       Baixa autoestima

Tratamento    

Na ocorrência de características apontarem para o metabolismo com baixo nível de hormônios, o tratamento com hormônios sexuais masculinos pode ser benéfico.
A forma mais comum de tratamento envolve a administração uma vez ao mês através de Depotestosterona injetável, uma forma sintética de testosterona. A dose necessita ser aumentada gradualmente e ser aplicada mais freqüentemente com o avançar da idade.
O tratamento visa a progressão normal do desenvolvimento físico e sexual, incluindo o crescimento de pêlos pubianos e o aumento do tamanho do pênis e testículos, crescimento da barba, desenvolvimento da voz grave e aumento da força muscular.

Outros benefícios observados:

·       Melhoria do raciocínio
·       Melhoria da atenção
·       Mais energia e um alto grau de concentração
·       Diminuição do tremor nas mãos
·       Melhoria do autocontrole
·       Melhoria da atividade sexual
·       Facilidade na aprendizagem e assentamento no trabalho
·       Melhoria da auto-estima
  

Síndrome de Turner

A Síndrome de Turner ocorre em mulheres que apresentam um cariótipo com 44 cromossomos autossômicos e apenas um cromossomo sexual X. Esta anormalidade é responsável por muitos casos de abortos espontâneos, ou seja, muitos embriões com o cariótipo da síndrome não completam a gestação, no máximo 1% dos embriões femininos com monossomia do X se mantêm vivos. A cada 2.500 nascimentos uma criança apresenta o fenótipo característico da síndrome de Turner.

 Causa

A Síndrome de Turner causa 18% dos abortos espontâneos cromossomicamente anormais, sendo esta monossomia do cromossomo sexual de origem materna, o que indica o erro meiótico como paterno. A causa dessa síndrome está em 75% dos casos relacionada a uma falha na gametogênese (não-disjunção) que causa a monossomia do X, que quando é detectada, está no gameta do pai.
Diagnóstico
O diagnóstico dessa síndrome é feito após o nascimento e muitas vezes apenas na adolescência. O conjunto de características apresentados pela portadora é que determinará o diagnóstico da síndrome, sendo confirmado pelo exame de cariótipo.
 
Características fenotípicas

·       baixa estatura
·       disgenesia gonadal
·       fácies incomum típica
·       pescoço alado
·       linha posterior de implantação dos cabelos baixa
·       tórax largo com mamilos amplamente espaçados
·       freqüência elevada de anomalias renais e cardiovasculares

As portadoras da Síndrome de Turner freqüentemente apresentam também, atraso na primeira menstruação, além de déficit de percepção espacial e visual-motor, tendo dificuldades gerais em tarefas não-verbais.
Tratamento
Aplicação dos hormônios GH e estrogênio.
Se o hormônio GH for administrado antes da puberdade (em torno dos 8 anos de idade), algumas portadoras podem atingir uma estatura mais alta, embora essa estatura varie bastante entre as portadoras. A terapia com estrogênios pode levar ao desenvolvimento dos órgãos genitais internos e externos, caracteres sexuais secundários e menstruações, não corrige a infertilidade.
O acompanhamento psicológico também é recomendado para a pacientes que apresentam essa síndrome.


Síndrome de Cri du Chat (Miado de Gato)

A Síndrome do Miado de Gato foi descoberta em 1963 pelo cientista francês Dr. Jérôme Lejeune.
É uma anomalia cromossômica causada pela perda do braço curto do cromossomo 5. Por isso é também chamada de Síndrome 5 p – (menos). O tamanho da deleção varia desde todo o braço curto do cromossomo 5 até apenas um pequeno segmento.
É rara, pois a estimativa é de que 1 em 50.000 crianças vivas com  Cri du Chat no mundo.
  
Causa

É causada pela deleção (perda) do braço curto do cromossomo 5. Na maioria dos casos (80%) é de ocorrência esporádica, um acidente biológico.


Diagnóstico

É imprescindível a realização do cariótipo (estudo cromossômico) do paciente suspeito. Este exame citogenético, visa detectar uma deleção (perda) no braço curto do cromossomo 5. Se for encontrada a deleção no 5p na criança, o mesmo exame deverá ser realizado nos pais para saber se há ou não a presença de algum rearranjo cromossômico como, por exemplo, uma translocação equilibrada.
Esses dados são importantes para o cálculo do risco de recorrência nos futuros filhos do casal. Se o exame citogenético dos pais for normal, o risco é quase desprezível, no entanto, se um dos pais for portador dessa translocação, o risco está aumentado e a recorrência pode ser evitada com a realização do diagnóstico pré-natal.
Há dois testes que podem ser feitos antes do bebê nascer, que constatam a síndrome de Cri du Chat.  São eles:

· Aminocentese, que pode ser feito por volta da 18º semana e que se restringe a retirada de um pouco do fluido aminótico, e olhar o cromossomo que está na célula do bebê.  Este teste tem erro na ordem de 1:100.
· Chorionic Villius Sampling (CVS), pode ser feito semanas antes do teste de aminocentese, e se delimita à retirada de um pedacinho ínfimo da placenta e olhar o cromossomo.

Características fenotípicas

   Os recém-nascidos apresentam o choro fraco, semelhante ao miado do gato, por isso a denominação da Síndrome Cri du Chat.
   Os recém-nascidos apresentam baixo peso ao nascimento devido a um retardo de crescimento intra-uterino;

·       Microcefalia;
·       Face arredondada;
·       Hipertelorismo (aumento da distância entre os olhos);
·       Prega epicântica (presente no canto interno dos olhos);
·       Estrabismo;
·       Micrognatia (desenvolvimento reduzido da mandíbula);
·       Orelhas de baixa implantação (abaixo da linha do nariz);
·       Malformações dentárias (geralmente os dentes são projetados para frente devido a alterações no desenvolvimento crânio-facial);
·       Luxação de quadril;
·       Prega palmar transversal única;
·       Podem ocorrer problemas cardíacos e/ ou renais;
·       Pé torto congênito;
·       Hipotonia (tônus muscular diminuído), na maioria dos casos
·       Apresentam freqüentemente dificuldades na alimentação, como pouca força para sugar, freqüente engasgo c/refluxo;
·       São bastante suscetíveis a infecções respiratórias e gastrintestinais;
·       Hipodesenvolvimento pondero-estatural (peso e estatura reduzidos);
·       Déficit cognitivo;
·       Dificuldade de concentração/atenção, agitação irritabilidade, sono agitado;
·       Atraso no desenvolvimento da aquisição da linguagem.

É fundamental deixar claro que nem todos os portadores de Cri du Chat terão todas essas características, elas dependerão da quantidade de estímulos motores e cognitivos que receberem e da quantidade de perda do material genético do braço curto do cromossomo 5.
Tratamento
É fundamental que os portadores de Cri du Chat sejam estimulados o mais precocemente possível, para desenvolver suas potencialidades. Através da estimulação precoce é possível aprimorar as funções mentais como as ligadas à percepção, memória aprendizagem, linguagem, pensamento e funções motoras, desde que devidamente estimuladas. A anormalidade cromossômica não tem cura até o momento, assim, o tratamento só pode ajudar as crianças a se desenvolverem o melhor possível.  A intervenção dos fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, quando contínuas e não tardias, é de grande necessidade e ajuda.  Dependendo onde a pessoa com síndrome mora e os recursos que possui, há berçários especiais ou programas de intervenção em casa na maioria das regiões (tratando-se do mundo como um todo).
Para algumas crianças, as drogas tem sido de grande auxílio, para problemas relacionados com o sono e para controlar seus comportamentos.
Uma vasta gama de crianças freqüentam escolas especiais, por outro lado, outras tem um suporte especial domiciliar.

 Síndrome de Huntchinson-Gilford (Progéria)


É uma doença genética extremamente rara que acelera o processo de envelhecimento em cerca de sete vezes em relação à taxa normal.

A expectativa média de vida das pessoas é de 14 anos para as meninas e 16 para os meninos.
Essa doença afeta 1 entre 8 milhões de crianças e desde a sua identificação foram relatados cerca de 100 casos.

Causa

Acredita-se que a Progéria possa ser uma doença autossômica, recessiva ou dominante. No caso de ser dominante, isso pode ocorrer devido a uma mutação genética nos gametas de um dos progenitores.
Os casos em geral são esporádicos. Duas equipes de pesquisadores franceses e norte-americanos identificaram uma mutação no gene LMNA que codifica uma proteína, a Lamina A. Essa mutação torna o núcleo instável. No núcleo de células em crianças com Progéria foram detectadas alterações que levam à instabilidade e morte celular precoce, impedindo a regeneração dos tecidos.
Também é possível que ocorra uma perda progressiva e acelerada das extremidades dos telômeros que controlam o número de divisões nas células, e esse fenômeno é, em geral, evidenciado no envelhecimento progressivo patológico. No envelhecimento progressivo normal e também no patológico, o encurtamento do telômero a cada divisão celular atuaria como uma contagem e um sinal do número de divisões celulares e, indiretamente, da duração da vida.

Diagnóstico

O diagnóstico da progeria é fundamentalmente clínico e realizado nas crianças que apresentam os sinais iniciais da doença entre o primeiro e o segundo ano de vida. Não existe atualmente nenhum exame que certifica o diagnóstico de progeria. Os portadores da progéria não apresentam retardo mental.
 
 Características fenotípicas

·       Artrose
·       Baixa estatura ou nanismo
·       Cabelo rarefeito ou ausente (generalizado)
·       Clavícula ausente ou anormal
·       Dificuldades na alimentação no lactente
·       Envelhecimento prematuro
·       Erupção tardia dos dentes
·       Face estreita
·       Fenótipo emagrecido
·       Hipoplasia terminal dos dedos
·       Luxação do quadril
·       Micrognatia/retrognatia
·       Mobilidade articular diminuída
·       Pele fina
·       Pilosidade corporal reduzida
·       Puberdade tardia/hipogonadismo
·       Sobrancelhas ausentes/rarefeitas
·       Unhas dos pés finas/hipoplásicas
·       Unhas finas/hipoplásicas/hiperconvexas
·       Choro/voz anormal
·       Fontanela grande
·       Lábios finos
·       Lóbulo do pavilhão auricular pequeno/hipoplásico
·       Osteoporose



Síndrome do X-Frágil

É a causa mais frequente no mundo de deficiência mental herdada de forma genética. Ocorre em 1 em cada 4.000 meninos nascidos vivos e em 1 em cada 6.000 meninas. Uma de cada 259 mulheres tem a pré-mutação, ou seja, não apresenta qualquer sintoma da doença; mas pode transmitir para seus filhos. O diagnóstico tornou-se mais preciso a partir de 1991, quando o gene FMRl foi descoberto. Com base em estudo molecular (DNAL identifica-se o número de cópias CGG deste gene. Esse teste pode ser prescrito por qualquer médico. É realizado através de uma amostra de sangue encaminhada para análise em laboratórios de genética, especializados em diagnóstico molecular.
O exame pré-natal também é possível, sendo recomendado quando existe diagnóstico confirmado na família e sabe-se que a gestante é portadora da pré-mutação. Pelo fato de os sintomas da SXF serem bastante sutis, especialmente em crianças pequenas - e devido à alta freqüência entre a população - profissionais especializados recomendam a prova do X-Frágil para avaliar ou reavaliar casos de atraso de desenvolvimento e retardo mental de origem desconhecida. O desconhecimento da síndrome e o fato de seus sintomas serem similares a outros quadros clínicos parecem contribuir para que muitos casos ainda se mantenham com diagnósticos obscuros e imprecisos. No caso da SXF, a família pode identificar a origem dos problemas e melhor compreende-los para buscar tratamentos mais específicos. Além disso, o conhecimento dos padrões de transmissão da doença auxilia na previsão das probabilidades de um descendente herda-Ia ou não. O assessoramento e o aconselhamento genético, logo após a confirmação da doença, são auxílios decisivos para um casal planejar seu futuro, sabendo dos riscos de transmissão. Portanto, a confirmação da SXF- precoce ou mesmo tardia - é sempre recomendada. Não somente para aconselhamento genético, mas também para redirecionar terapias que tenham sido ou estão sendo desenvolvidas.

SINAIS E SINTOMAS

Os sinais e sintomas da SXFsão numerosos. Eles variam conforme o grau de mutação ou pré-mutação em que se encontra o gene FMR1. Portanto, um caso específico pode apresentar poucas ou várias das características enumeradas a seguir.
As características fenotípicas (ou de aparência) são sutis. Nem sempre são facilmente reconhecidas, principalmente em mulheres. Pessoas com SXF podem até ser identificadas como tendo traços fisionômicos ditos "normais".
O reconhecimento da síndrome está associado mais freqüentemente à deficiência mental (de grau moderado a severo), acompanhada de alguns traços faciais e dismórficos, cuja manifestação pode evidenciar-se em fases mais tardias do desenvolvimento.

1. Características físicas:

Recém-nascidos não apresentam indícios de aparência física que antecipem uma suspeita precoce da SXF. De forma semelhante a outros quadros clínicos, apresentam macrocefalia (perímetro da cabeça maior que o normal) e hipotonia (baixo tônus muscular), podendo esta revelar-se, por exemplo, na falta de força para sugar na mamada .
Crianças maiores evidenciam:
- Atrasos no desenvolvimento psicomotor, com aquisição tardia de posturas (sentar-se, por-se em pé, andar); dificuldades na coordenação de movimentos amplos e finos, inclusive nos requeridas pela motricidade oral para articular a fala;
-Otites médias frequentes e recorrentes, podendo produzir alterações que dificultam a percepção dos sons na aquisição da fala;
-Pálato ogival ("céu da boca muito alto tI);
-Má oclusão dentária;
-Transtornos oculares (estrabismo, miopia);
-Alterações em estruturas e funções cerebrais;
-Convulsões e epilepsia;
-Outros sintomas: alterações no aparelho osteoarticular (hiperextensibilidade dos dedos,
especialmente das mãos; escolioses; pés planos ou "chatos"; peito escavado); alterações no aparelho cardiovascular (prolapso da válvula mitral; leve dilatação da aorta ascendente); pele fina e suave nas mãos.

Jovens e adultos podem apresentar:

-Rosto alongado e estreito com leve projeção da mandíbula para a frente;
-Orelhas proeminentes ou de tamanho maior que o normal, com implantação mais baixa;
-Macroorquidismo (aumento do tamanho dos testículos por transtornos endocrinológicos) após a puberdade.
As três últimas características assinaladas são as manifestações físicas mais marcantes da síndrome a partir da adolescência, principalmente em homens.

2. Características emocionais e comportamentais:

Alterações na conduta, mesmo sendo inespecíficas da SXF, podem tornar-se importantes suspeitas para identificar seus primeiros sinais.
Elas requerem, contudo, uma observação e interpretação cuidadosas. Por exemplo, um indivíduo com SXFpode alterar seu comportamento num ambiente que mobilize a sua hipersensibilidade a estímulos visuais, ruídos, odores e a estímulos táteis, incluindo textura de alimentos.

São freqüentes manifestações como:

-Hiperatividade e pouca capacidade de atenção;
-Movimentos estereotipados, principalmente nas mãos, com ações repetitivas de mexer em determinados objetos, bater, morder as próprias mãos, etc;
-Condutas do tipo autista, porém mais "intencionais" na comunicação com o ambiente e que, geralmente, desaparecem com o crescimento. Comportamentos perseverativos, com fixação em determinados objetos ou assuntos;


-Ansiedade social e resistência a mudanças no ambiente, podendo ocorrer crises de pânico;
-Traços de excessiva timidez e inibição social;
-Contato ocular escasso;
-Humor instável. Pessoas com X-Frágil podem ser alegres e sorridentes e ter dificuldades para controlar condutas explosivas, às vezes acompanhadas de agressividade verbal ou física (principalmente em homens adolescentes e jovens adultos).
Tais reações são freqüentemente precipitadas por excesso de estímulos no ambiente ou por exigências acima de suas capacidades.
Estudos têm revelado que as mulheres levemente afetadas - principalmente se forem mães de filhos também afetados - tendem a sofrer de instabilidade de humor, ansiedade e depressão, com dificuldades nas relações interpessoais.

3. Características cognitivas (área intelectual):

O comprometimento mental, seja em grau maior ou menor de retardo, pode mostrar-se desarmônico e não uniforme.

Na área da linguagem (articulação da fala e linguagem como expressão de pensamento) ocorrem:

-Dificuldades de comunicação e atrasos no aparecimento das primeiras palavras;
-Alterações na programação e execução do ato motor da fala (dispraxias verbais), assim como na percepção e articulação de sons;
-Alterações de ritmo e velocidade ( fala rápida e confusa);
-Fala repetitiva e incoerente, com dificuldades para manter diálogo e fixar-se em assuntos da conversação, embora o  uso de vocabulário relativamente desenvolvido seja observado.

Na área de processos e habilidades mentais, indivíduos afetados pela SXF podem manifestar:

-Relativa facilidade em captar informações visuais do ambiente, percebendo-as de forma simultânea e "fortuita", mas com tendência a manter-se no nível globlizado (ou indiferenciado) de percepção;
-Freqüentemente, fixam-se em detalhes visuais irrelevantes e dissociados de um todo com significado;
-Melhor habilidade para aprender por imitação visual, chegando a resolver problemas práticos e concretos;
-Dificuldades significativas em: reter informações, principalmente as que dependem de processamento auditivo, sequencial e analítico ou de assimilar noções abstratas (como as requeridas pela leitura, escrita, perceber, relacionar e fixar sequencias na estrutura de sons e letras com significado); resolver  situações-problemas mais abstratas e complexas; generalizar e aplicar informações em situações novas.
Há, portanto, diversas características da SXF que se assemelham aos sintomas de outros quadros clínicos de atrasos e transtornos de desenvolvimento.

As etapas do aconselhamento genético são:

_ Levantamento de histórico pessoal e familiar, avaliação dos exames clínicos e genéticos já realizados e indicação de outros exames, se necessário;
 _ Análise dos dados, visando diagnosticar, confirmar ou excluir uma condição genética conhecida;
_ Fornecimento de informações acerca da natureza da doença genética identificada e de suas implicações para a saúde física ou mental do individuo;
_ Esclarecimento sobre o mecanismo de herança e cálculo de risco de ocorrência ou recorrência em irmãos ou filhos de um indivíduo;
_ Identificação de familiares assintomáticos - que não apresentam sintomas mas são portadores de alteração genética - e dos riscos desses familiares desenvolverem a doença ou transmiti-Ia para seus filhos;
_ Orientação pré-natal para casais ou gestantes com risco de ocorrência ou recorrência de doenças genéticas em seus descendentes.
Nos casos com diagnóstico definido clinicamente e mecanismo de herança conhecido, é oferecido o aconselhamento genético para as famílias, com explicação dos riscos genéticos.
No caso de afecções em que existe a influência de fatores genéticos, mas cujos mecanismos de herança não são conhecidos, a informação sobre riscos de recorrência é baseada em estimativas empíricas (riscos estimados pela observação direta de famílias com a mesma doença).


Referências:

Síndromes genéticas – perguntas frequentes
http://www.cp.ufmg.br/cpantigo/Nucleos/Ci%EAncias/index_arquivos/frame.htm

Desenvolvimento cognitivo da Poratadores de Síndrome de Turner – Revisão

Anormalidades humanas causadas por alteração cromossômica estrutural
http://www.ufv.br/dbg/trab2002/DHC/DHC004.htm



http://genoma .ib. usp.br / aconselha mento/informacoes. php
http://www.scielosp.org

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