sábado, 29 de dezembro de 2012

ESTHER BICK


Observação de bebês de Ester Bick

A psicanalista inglesa Esther Bick, discípula de Melanie Klein,  foi quem desenvolveu o método “naturalista” de observação de bebês em 1948, como parte do curso de aprendizagem para psicoterapeutas de crianças em Londres. Mais tarde, a observação de bebês foi incorporada ao plano de estudos do Instituto de Psicanálise de Londres, em 1960.
 O método de observação  de bebês, tem como objetivo dar ao observador (candidato a psicanalista ), a oportunidade de acompanhar o desenvolvimento de um determinado bebê durante os primeiros anos de vida, através de sua relação com as figuras parentais, especialmente a mãe;  desenvolver a capacidade de valorizar os pequenos detalhes da relação; de se colocar na posição de  não saber de antemão,esperando pelo esclarecimento de algo que não se conhece; de observar com interesse e paciência para o fato de que tudo tem algum significado para a pessoa.
 Na observação de bebês o observador efetua uma visita semanal à família até,aproximadamente , o final do segundo ano de vida  do bebê, podendo continuar com o objetivo de completar a experiência até o terceiro ano. Geralmente a visita dura uma hora.
A primeira entrevista com os pais, que pode acontecer antes do nascimento ou imediatamente após, tem como objetivo que a família e o observador possam se  conhecer e decidam se a observação será ou não realizada. De início é explicado aos pais que o observador deseja adquirir alguma experiência direta com crianças pequenas,como parte de sua formação profissional.
Esta observação deve ser o mais fiel e global possível, captando, além dos acontecimentos, os comportamentos, os gestos, e as atitudes do bebê, da mãe, do pai ou de qualquer outro membro da família, assim como o que eles dizem, tratando ou não  de questões importantes, singulares, repetitivas ou banais.O observador deverá ser simpático e receptivo com todos os membros da família, ao mesmo tempo em que reconhece o privilégio de lhe ser permitido participar da privacidade da família,isto é, tem que se colocar no fundo, não mostrar grande entusiasmo e não chamar atenção sobre si.
 Durante as visitas, não serão tomadas notas e sim imediatamente depois de terminada a observação, com o objetivo de captar todos os detalhes possíveis. È necessário que o observador se sinta incluído no seio familiar, como para experimentar o impacto emocional, entretanto deverá abster-se de dar conselhos ou orientações não solicitados.  As observações deverão ser apresentadas num grupo de discussão  analítica  para interpretações  do material recolhido.  Esses grupos funcionam como uma supervisão de sessões analíticas onde o observador e candidato a psicanalista aprende a reconhecer os efeitos de sua presença na relação mãe / bebê; a relação transferencial estabelecida entre mãe e ele; seus próprios afetos transferências, seja em termos de identificar-se com o bebê  ou com asangústias maternas.                                                                                  
 A relação com a situação analítica se dá pela via da comunicação não-verbal, logo, existe em todos pacientes, sejam crianças, adolescentes ou adultos, um aspecto “bebê” que precisa se entendido e que utiliza preferencialmente a  comunicação não-verbal. Faz-se um paralelo com a situação analítica, na qual,  o psicanalista se encontra num espaço onde deve manter uma atitude de receptividade afetiva, sem no entanto passar ao ato; deve observar não somente as palavras ditas pelo analisando, mas seu comportamento; deve ser paciente e suportar o silêncio e sua própria confusão de não saber o que se passa com o analisando, para evitar responder à sua demanda e fechar o circuito do desejo.

Fonte:
www.pucsp.br/psicologia/downlodas/2_07_Psicoterapia_infantil_Proposta_2009.doc



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