sábado, 22 de dezembro de 2012

Psicologia & Filosofia (cont.)





           Psicologia científica


        É em meados do séc. XIX que os problemas  temas da psicologia, até então estudados exclusivamente pelos filósofos, passam a ser também, investigados pela Fisiologia e Neurofisiologia em particular. Os avanços que atingiram também essa área levaram à formulação de teorias sobre o sistema nervoso central, demonstrando que o pensamento, as percepções e os sentimentos humanos eram produtos desse sistema.
É preciso lembrar que o mundo capitalista trouxe a máquina, que passou  determinar a forma de ver o mundo. Todo universo passou a ser pensado como uma máquina, isto é, podemos conhecer seu funcionamento, a sua regularidade, o que nos possibilita o conhecimento de suas leis. Esta forma de pensar atingiu também o homem.
Para se conhecer o psiquismo do homem passa a ser necessário compreender os mecanismos e o funcionamento da máquina de pensar do homem – seu cérebro. Assim, a Psicologia começa a trilhar os caminhos da Fisiologia, Neuroanatomia e Neurofisiologia.
Algumas descobertas são extremamente relevantes para a Psicologia.
1846 – neurologia descobre que a doença mental é fruto de alguma ação sobre as células cerebrais.
A Neuroanatomia descobre o reflexo – a atividade motora nem sempre está ligada à consciência.
O caminho natural que os fisiologistas da época seguiam, quando passavam a se interessar pelo fenômeno psicológico enquanto estudo científico, era a Psicofísica.
Por volta 1860, temos a formulação de uma importante lei no campo da psicofísica. É a Lei de Fechner-Webwer, que estabelece a relação entre estímulo e sensação. Permitindo sua mensuração. Essa teve muita importância na história da psicologia que instaurou a possibilidade de medida do fenômeno psicológico, o que até então era considerado impossível. Dessa forma, os fenômenos psicológicos vão adquirindo status de científicos.
Geralmente considera-se que a psicologia científica começou 1879, quando Wilhelm Wundt montou o primeiro laboratório de psicologia na  Universidade de Leipzig na Alemanha. O ímpeto para o estabelecimento do laboratório de Wundt era a idéia de que a mente poderia ser objeto de análise científica. A pesquisa de Wundt preocupava-se com os sentidos, em especial com a visão, mas ele e seus colegas estudaram também a atenção, emoção e memória.
        Wundt utiliza a introspecção como método para estudar os processos mentais. . Introspecção refere-se à observação e registro de natureza de nossas próprias percepções, pensamentos e sentimentos. Nesse método o experimentador pergunta ao sujeito, especialmente treinado para a auto-observação, os caminhos percorridos no seu interior por uma estimulação sensorial.
        Wundt desenvolve a concepção de paralelismo psicofísico, segundo a qual o fenômenos mentais correspondem fenômenos orgânicos.
Wundt é considerado o pai da psicologia científica.

  O berço da psicologia moderna foi a Alemanha do final do séc. XIX.  Wundt, Fechner e Webwer trabalharam juntos na Universidade de Leipzig. Seu status de ciência é obtido à medida que se “liberta” da filosofia.
  Embora a psicologia científica tenha nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que ela encontra campo para um rápido crescimento devido  ao avanço econômico que colocou os EUA na vanguarda do sistema capitalista.
  É ali que surgem as primeiras teorias que  deram origem à inúmeras teorias que existem atualmente:

·       FUNCIONALISMO – de William James (1842-1910)
·       ESTRUTURALISMO – de Edward Titchner ( 1867-1927)
·       ASSOCIACIONISMO – de Edward L. Thorndike (1874-1949)

Funcionalismo

É considerado a primeira sistematização genuinamente americana de conhecimento em psicologia. Uma sociedade que exigia o pragmatismo para seu desenvolvimento econômico acaba por exigir dos cientistas americanos o mesmo espírito. Desse modo, para a escola funcionalista de W. James, importa responder “o que fazem os homens” e “porque o fazem”. Para responder a isto. William James elege a consciência como o centro de suas preocupações e busca a compreensão de seu funcionamento, na medida em que o homem a usa para adaptar-se ao meio.

Estruturalismo


A preocupação do estruturalismo também é a consciência, mas de forma diferente Titchner, irá estudá-la em seus aspectos estruturais, isto é, os estados elementares da consciência como estrutura do sistema nervoso central; e prevalece o método de observação, sendo os conhecimentos psicológicos produzidos eminentemente experimentais, isto é, produzidos a partir do laboratório.
Esta escola foi inaugurada por Wundt, mas foi Titchner, seu seguidor, que usou o termo estruturalismo para diferenciá-la do Funcionalismo.


Associacionismo


Edward L. Thorndike revelou sua importância através da formulação da primeira teoria de aprendizagem na Psicologia.
O termo associacionismo tem origem da concepção de que a aprendizagem se dá por um processo de associação de idéias – das mais simples às mais complexas.
Thorndike formulou a Lei do Efeito, que viria a ser de grande utilidade para a Psicologia Comportamentalista. De acordo com essa lei, todo comportamento de um organismo vivo (um homem, um pombo, um rato, etc) tende a se repetir, se nós recompensarmos (efeito) o organismo assim que este emitir o comportamento. Por outro lado, o comportamento tenderá a não acontecer, se o organismo for castigado(efeito) após sua ocorrência. E, pela Lei do Efeito, o organismo irá associar essas situações com outras semelhantes.

Pioneiros da Psicologia científica
Wilhelm Wundt
Wilhelm Wundt(Neckarau, 16 de agosto de 1832 — Großbothen, 31 de agosto de 1920) foi um médico, filósofo e psicólogo alemão. É considerado o pai da psicologia moderna devido à criação do Instituto Experimental de Psicologia.

Formação

Formado pela Universidade de Tubinga em 1851 e pela Universidade de Heidelberg (mestrado, doutorado) em 1856.

 

Decorrer de sua vida

Era um elementista. Analisava os compostos e complexos conscientes a partir dos elementos ou unidades: sensação e sentimentos. Para Wundt, a mente executa uma síntese química mental que se processa através da associação que se realiza de três formas: Pela fusão, onde os elementos combinados aparecem sempre juntos, como é o caso da nota musical; Pela assimilação, que é, também uma combinação de elementos em que nem todos estão presentes do consciente. Quando se vê uma casa por exemplo, podem não estar presentes, na consciência, as figura que compõem aquela casa (triângulo, retângulo, quadrado). Como na fusão, essa combinação gera um produto novo que não é o resultado da simples soma dos elementos; A terceira forma é chamada complicação, em que se reúnem elementos de diferentes modalidades e sentidos: a noção do sabor e da temperatura.
O materialismo científico tambem esteve com Wundt, buscando a relação entre os fenômenos psíquicos e fisilógicos, entre a mente x corpo. Os processos mentais e os processos corporais e fisiológicos decorrem, paralelamente, sem interferencia mútua.
Foi um empirista, em oposição ao nativismo. Acreditava que a vida mental era fruto da experiência e não de idéas inatas, e que os fenômenos mentais do presente se baseavam em experiências passadas, antecipando, de certa forma, o construtivismo.
O seu laboratório foi palco de muitas experiências. Os estudos das sensações e da percepção, onde foram medidas e clasificadas as sensações no seu aspecto visual, tátil, olfativo e cinestésico. Foram pesquisados os sentimentos, a vontade e a emoção, registando-se as variações físicas como: da alteração da respiração, da pulsação e dentre outros.
Os estudos feitos por Wundt foram férteis e abundantes. À medida que a ciência desenvolvia-se o laboratório tornava-se mais produtivo.
E com isso surgiram várias ramificações, dando assim novas tendências que se estruturavam ao longo do século XX a quais foram: O Estruturalismo, O Funcionalismo, O Behaviorismo, a Gestalt, e a Psicanálise. Cada uma dessas escolas caracterizaram-se pela sua definição de psicologia, pelos seus conteúdos e pelos seus métodos que empregavam no decorrer de suas atividades.

Carreira de Trabalho

·         Privatdozent de Filosofia (2000-2002)
·         Professor de Filosofia indutiva na Universidade de Zurique (2008)
·         Professor de Filosofia indutiva na Universidade de Leipzig (2005-2007)
Gustav Theodor Fechner
Gustav Theodor Fechner (Gross Särchen, 19 de Abril de 1801 — Leipzig, 28 de Novembro de 1887) foi um filósofo alemão.
Professor em Leipzig a partir de 1834, era tido como um matemático e físico brilhante.
Inicialmente dedicado ao estudo da óptica e da eletricidade, após alguns anos ficou parcialmente cego em conseqüência da observação direta do Sol durante estudos sobre pós-imagens visuais ou imagens persistentes. Em função desta cegueira parcial, voltou-se para a filosofia, estética experimental e psicofísica, vivendo de uma modesta pensão concedida pela universidade (1844). Sua obra mais importante foi Elemente der Psychophysik (1860), onde relatou suas experiências e mostrou a relação entre as sensações psíquicas e os estímulos físicos que as originam e formulou a lei que estabelece essa relação, a conhecida Lei de Fechner.
Influenciado por Schelling e por pensadores orientais, publicou duas obras filosóficas:

Nanna, ou sobre a vida psíquica das plantas (1848) e Zend-Avesta, ou sobre as coisas do céu e do além (1891).
Para Fechner, o físico e o psíquico não seriam realidades opostas, mas aspectos de uma mesma realidade essencial. O universo seria um conjunto vivificado de seres finitos sustentados pela infinitude de Deus. Assim, as leis naturais seriam manifestações da perfeição divina.
Procurando demonstrar que o psíquico e o físico são dois aspectos diferentes da mesma realidade, formulou, em seus Elementos de psicofísica, de 1860, uma lei estabelecendo a relação entre a quantidade de excitação e a intensidade da sensação, a conhecida Lei de Fechner.
 Fechner foi um dos pioneiros da psicologia experimental e da própria psicologia sendo a data de publicação do seu "Elementos de psicofísica" uma das propostas para o início da psicologia enquanto ciência (disputa essa atribuição com Wundt e a construção do seu laboratório de psicologia).
 Além de sua obra científica, escreveu poemas e sátiras com o pseudônimo de Dr. Misses e morreu em Leipzig.

REPRESENTANTE DO ESTRUTURALISMO
Edward Bradford Titchener
          Edward B. Titchener, (1867-1927) alterou o sistema de Wundt, enquanto jurava ser um leal seguidor, um discípulo obediente. Mas como ser criativo, ele transgredia - com fundamentação, é claro e óbvio – seu próprio mestre.
          Ele propôs uma nova abordagem que designou estruturalismo . Afirmou então o estruturalismo apresentava a forma de Psicologia postulada por Wundt. Entretanto, os dois sistemas são diferentes e o rótulo de estruturalismo só pode ser aplicado à concepção de Titchener.
          Assim, o estruturalismo foi estabelecido por Titchener como a primeira escola de pensamento no campo da Psicologia.
          Para Wundt a mente tem o poder de sintetizar espontaneamente elementos. Já Titchener, se centrava nos elementos que compõe a estrutura da consciência , desvalorizando a sua associação.
          Segundo Titchner, a tarefa fundamental da Psicologia é a de descobrir a natureza das experiências conscientes elementares, ou seja, analisar a consciência nas suas partes constituintes para assim determinar a sua estrutura .
          Para tal Titchener modificou o método introspectivo de Wundt . Ele se aproximou mais de Külpe, designando o método de: introspecção qualitativa.
          Esse método consistia no seguinte: os observadores descreviam o seu estado consciente após submetidos a um dado estímulo .
          Titchener opôs-se à abordagem wundtiana no aspecto do uso de equipamentos e a sua concentração em medidas objetivas.
          De acordo com Titchener, o objeto da Psicologia é - à semelhança de Wundt - a experiência consciente . Ele afirmou que todas as ciências compartilham deste mesmo objeto , ocupando-se cada qual de um aspecto diferente .
        Titchener define a consciência como a soma das nossa experiências num dado momento de tempo .
          Já para ele, a mente é a soma das nossas experiências acumuladas ao longo da vida.
         Mente e consciência são realidades semelhantes.
         Entretanto, a consciência envolve processos mentais que ocorrem no momento.
         Já a mente envolve o acumulo total destes processos.
         Para Titchener, os problemas ou finalidades da Psicologia seriam:
· Reduzir os processos conscientes nos seus componentes mais simples;
· Determinar as leis mediante as quais esses elementos se associam, e
·    Conectar esses elementos às suas condições fisiológicas.
          Logo, os objetivos da Psicologia coincidem com os das ciências naturais.
          Titchener propôs TRÊS estados elementares de consciência :

• as sensações;
• as imagens;
• os estados afetivos.

         As sensações são os elementos básicos da percepção e ocorrem nos sons, nas visões, nos cheiros e em outras experiências evocadas por objetos físicos do ambiente.
         As imagens são elementos de idéias e estão no processo que reflete experiências não concretamente presentes no momento, como a lembrança de uma experiência passada.
         Os estados afetivos - afetos ou sentimentos - são elementos da emoção que estão presentes em experiências como o amor, o ódio ou a tristeza.
         Edward Titchner escreveu assim, os elementos da mente:
“O mundo da Psicologia contém aparências e nuanças e toques; é o mundo da escuridão e da luz, do ruído e do silêncio, do áspero e do macio; seu espaço às vezes é grande e às vezes é pequeno, como sabem todos aqueles que, na idade adulta, voltaram a [...] casa de infância; seu tempo às vezes é curto e às vezes é longo [...]. Contém também pensamentos, emoções, memórias, imaginações, volições [escolhas] que naturalmente atribuímos à mente...“ (Titchner, in Davidff, 2001; p. 10).
        A era do estruturalismo acaba quando Titchener morre.


 REPRESENTANTES DO FUNCIONALISMO
William James
William James (11 de Janeiro de 1842, Nova Iorque, EUA - 26 de Agosto de 1910, Chocorua, New Hampshire), filho de Henry James, Sr., um rico independente e teólogo Swedenborgiano notavelmente excêntrico, foi um filósofo e psicólogo norte americano pioneiro, considerado, ao lado de Charles Sanders Peirce um dos fundadores do pragmatismo. Ele escreveu livros influentes sobre a jovem ciência da psicologia, as variedades da experiência religiosa e do misticismo e a filosofia do pragmatismo. Sua primeira obra, Princípios de psicologia (1890), era uma aplicação do funcionalismo à psicologia. Em A Vontade de crer e outros ensaios sobre filosofia popular (1897) William James questionou a existência de Deus, a imortalidade da alma, o livre-arbítrio e os valores éticos. Também escreveu A imortalidade humana (1898) e As variedades da experiência religiosa (1902).
No livro Pragmatismo: um nome novo para velhas formas de pensar (1907), William James sustentou que o significado das idéias só se encontra no plano de suas conseqüências. Se não há efeitos, é porque estas idéias não têm sentido. Assim, quase todas as teorias metafísicas carecem de sentido por não comportarem predições comprováveis. Opôs-se aos sistemas metafísicos absolutos e criticou o monismo. Em Ensaios sobre empirismo radical (1912) defendeu um universo plural. Sua filosofia foi desenvolvida por John Dewey.
William James fundamenta sua teoria pragmatista no psicologismo behaviorista de John B. Watson que concebe o cérebro humano como um órgão responsável pela coordenação dos estímulos provenientes dos sentidos e dos reflexos condicionados. Além disto, o cérebro seria responsável por aceitar os princípios da evolução orgânica, na qual o sistema nervoso, ou a inteligência, tem a função mediadora de tornar possível suas respostas ao ambiente: “a reflexão como resposta indireta ao ambiente, origina-se no comportamento biológico de adaptação – diz James” (Dewey, 1959a : 211).
A segunda base de fundamentação do pragmatismo de W. James diz que todo juízo é valido segundo a eficácia com que persegue seu fim. Em 1909, por meio da obra The Meaning of Truth, James afirma que não só o significado das palavras ou dos sistemas filosóficos é revelado pelas suas conseqüências, mas que a verdade, em geral, é também ela, determinada pelas conseqüências que provocam. “Verdade” quer dizer verificação, e a verificação, atual ou possível, é a definição de verdade (Dewey, 1959a : 211-212).
O pragmatista fala, portanto, de verdades no plural, sobre sua utilidade e conseqüente caráter de satisfação, e também a respeito do êxito com que elas “trabalham” nossas crenças. Assim, por exemplo, e falando-se sem rigor, a crença em Deus seria pragmaticamente verdadeira se suas conseqüências, na vida de todos os dias, fossem interessantes, agradáveis e convenientes para a pessoa que crê. Portanto, a verdade, de que fala James, não é uma verdade (no sentido clássico), mas testes meramente subjetivos, cujos resultados formariam o conhecimento, que é apenas momentâneo e hipotético. A verificação, por pressuposto, é aferível levando-se em conta a ênfase no resultado verificável no sentido prático. Ao recusar a verdade como correspondência, a exemplo de Peirce, o filosofo pragmatista associa a idéia da verdade ao que é vantajoso. Essa mudança de paradigma resulta, para muitos, no Utilitarismo – no sentido de que o Utilitarismo concebe o homem como superior, superioridade esta comprovada pela vontade e domínio do homem no meio real. Nesta perspectiva, o homem apresenta uma capacidade de modificar o mundo à sua semelhança. Logo, o pensamento e o conhecimento visam a orientar as ações atendendo aos fins práticos de sua vontade.

James Angell

Psicólogo norte-americano, nascido em 1867 e falecido em 1949, foi aluno de William James na Universidade de Harvard e colega de Wundt. Na Universidade de Chicago estuda com Dewey com quem partilha muitas das suas concepções. Desenvolve uma perspectiva funcionalista de psicologia segundo a qual esta se deveria ocupar da interação entre o corpo e a mente, bem como da relação psicofísica entre os órgãos do corpo e o meio. Foi diretor do Departamento de Psicologia da Universidade de Chicago durante vinte e cinco anos, sendo depois nomeado reitor da Universidade de Yale. Foi professor de John Watson, fundador do Behaviorismo.

John Dewey
John Dewey (Burlington, Vermont, 20 de Outubro de 1859 — 1 de Junho de 1952) foi um filósofo e pedagogo norte-americano.

Biografia (resumo)

Graduou-se pela Universidade do Vermont em 1879 e exerceu as funções de professor do secundário durante dois anos, tempo em que desenvolveu um profundo intersse por Filosofia. Em Setembro de 1882 deixou o ensino e retornou à universidade para estudar Filosofia, na Universidade Johns Hopkins, onde obteve o doutoramento. Dewey exerceu a função de professor de Filosofia na Universidade de Michigan, onde ensinou a partir de Setembro de 1884. Três anos mais tarde (1887), publicava o seu primeiro livro, Psychology, onde propunha um sistema filosífico que conjugava a estudo científico da psicologia com a filosofia idealista alemã.
Esse livro foi importante para o passo seguinte da carreira de Dewey: o cargo de professor de Filosofia Mental e Moral na Universidade de Minnesota, que assumiu em 1888. Porém, no ano seguinte, após a morte súbita do seu mentor, George Morris, regressou à Universidade de Michigan para se tornar chefe do Departamento de Filosofia. Em 1894, no entanto, saiu de Michigan para a recém-criada Universidade de Chicago onde em breve passava a liderar o departamento de Filosofia e o departamento de Pedagogia, criado por sua sugestão.
No final da década de 1890, Dewey começou a afastar-se da sua anterior visão idealista neo-Hegeliana e a adoptar uma nova posição, que veio a ser conhecida mais tarde como pragmatismo.
Depois de problemas graves na política interna do Departamento de Educação da Universidade de Chicago, Dewey abandonou a instituição para se ligar à Universidade de Columbia, em Nova Iorque, onde permaneceu até ao fim da sua carreira no ensino, em 1930. Continuou, no entanto, a ensinar como Professor Emérito até 1939, e continuou a escrever e a intervir socialmente até às vésperas da morte.
Entre suas obras se destacam The School and Society (1899; "A Escola e a Sociedade") e Experience and Education (1938; "Experiência e Educação").

Outros dados

John Dewey é reconhecido como um dos fundadores da escola filosófica de Pragmatismo (juntamente com Charles Sanders Peirce e William James), um pioneiro em psicologia funcional, e representante principal do movimento da educação progressiva norte-americana durante a primeira metade do século XX. Foi também editor, contribuindo na Enciclopédia Unificada de Ciência, um projeto dos positivistas, organizado por Otto Neurath.

Pragmatismo em Dewey

Dewey é uma das três figuras centrais do pragmatismo nos Estados Unidos, ao lado de Charles Sanders Peirce (que criou o termo), e William James (que o popularizou). Mas Dewey não chamava sua filosofia de pragmática, preferindo o termo “instrumentalismo”.
Sua linha filosófica era de influência fortemente Hegeliana e Neo-Hegeliana. Ao contrário de William James, que seguia uma linha positivista inglesa, ele era particularmente empírico e utilitarista. Dewey também não era tão pluralista ou relativista como James. Ele dizia “a natureza é essencialmente saudosa e patética, turbulenta e passiona” (in: Experiência e Natureza).
Dewey afirmava, diferente de James, que a experiência (social, cultural, tecnológica, filosófica) poderia ser usada como juízo de valor da verdade. Enquanto para James a religião era uma via muito pobre e desinteressante, pois ninguém poderia demonstrar como verdade algo derivado da convicção religiosa, levando o homem às incertezas do teísmo, ateísmo, monismo, etc., Dewey pelo oposto preconizava que havia um importante papel nas instituições religiosas. Deus era, para ele, uma das formas de manifestação da inteligência humana, com método e investigação – portanto, ciência...
Assim como houve um ressurgimento da filosofia progressiva da educação, as contribuições de Dewey para a filosofia (afinal ele era muito mais filósofo do que pedagogo) também voltaram à baila, a partir dos anos 70, por pensadores como Richard Rorty, Richard Bernstein e Hans Joas.
Por causa de seu processo de orientação e visão sociologicamente consciente do mundo e do conhecimento, muitas vezes é tido como alternativa válida aos dois modos de pensar: o moderno e o pós-moderno – mesmo sendo-lhes contemporâneo.

REPRESENTANTES DO ASSOCIACIONISMO

Thorndike

A lei dos efeitos


Edward Lee Thorndike estabelece, com sua lei dos efeitos as bases para o behaviorismo de Skinner. Antes, entretanto, de ser integrado ao paradigma comportamentalista, Thorndike foi criticado por sua ênfase nas sensações agradáveis e desagradáveis como elemento de fixação de respostas. Depois de responder às críticas, sua teoria acabou incorporada às correntes behavioristas. Suas formulações se inserem numa lógica positivista e forma pragmática (sem e com pouca enunciação epistemológica) de fazer ciência(Marx e Hillis, cap. 4).

A lei do efeito:
todo e qualquer ato que produz satisfação associa-se a esta situação que, quando ela se reproduz, a probabilidade de repetição do ato é maior do que antes;
a punição e o desprazer não se comparam em absoluto ao efeito positivo da recompensa a uma determinada resposta;
o efeito de prazer é, portanto, o que fixa o acerto (resposta) acidental;
em termos pedagógicos, o agradável é o sucesso do ensaio realizado pelo sujeito e o desagradável é o fracasso decorrente de obstáculos;

AGRADÁVEL
DESAGRADÁVEL
Sucesso
obstáculo
comportamento se repete
comportamento não se repete

A lei do exercício:
a associação exercitada com maior freqüência sob idênticas condições será a mais utilizada pelo sujeito;
a associação exercitada com menor freqüência sob idênticas condições será a menos utilizada pelo sujeito;
a associação exercitada mais recentemente sob idênticas condições será mais forte no conjunto de repertório de respostas do sujeito;
Outros princípios:
as conexões estímulo-resposta mais próximas da conexão estímulo-resposta recompensada tendem também a se fortalecer frente a uma determinada situação idêntica;
o comportamento é seletivo numa determinada situação, isto é: do conjunto de estímulos presentes num determinado ambiente, os órgão sensoriais do sujeito respondem a alguns dos estímulos em detrimento de outros considerados triviais;

Diferença entre associacionismo pavloviano-watsoniano e de Thorndike
a teoria do reflexo condicionado de Pavlov e o behaviorismo de Watson procuram associar novos estímulos (antes neutros) a respostas incondicionadas, visando assim superar os limites dos estímulos anteriores;
a teoria de Thorndike busca a experimentação do efeito das recompensas e punições sobre a resposta dada a um determinado estímulo.

James Mill

James Mill (1773-1836) nasceu em Northwater, Escócia. Foi a expressão máxima do associacionismo. É elementista e concebia a mente como um composto de sensações e idéias simples e complexas. Para ele, existe um princípio básico na associação – a contigüidade.  O todo mental, para james Mill, é a soma das idéias ou dos elementos.            







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