domingo, 9 de dezembro de 2012

Subjetividade e trabalho - poder, centralidade, coesão social.

(Resumo de prova - Psicologia Ocupacional)
Subjetividade

Que é próprio ao sujeito e que caracteriza o ser humano. Categoria analítica que permite a compreensão da dinâmica social a partir da indissociabilidade do individual e do coletivo.

Subjetividade  e trabalho
Processos através dos quais as experiências do trabalho conformam modos de agir, pensar e sentir, amarrados em dados momentos. Implica nas diferentes  e criação de outros modos de trabalhar, na forma das transgressões, ou  resistências-potências e modos de produzir.
Trata-se de pensar a subjetividade através dos “processos” e dos “modos de subjetivação”.
Modos de subjetivação referem-se ao modo como os sujeitos relacionam-se com a regra e a forma como se vêem obrigados a cumprir esta “obrigação”.

Verdade
Construção de lógicas específicas que os sujeitos utilizam para compreender quem são. A verdade seria produzida pelos “indivíduos livres”, que organizam certo consenso e que se encontram inseridos em uma rede específica de práticas de poder e de instituições que as impõe. Cada verdade sustenta um ideal para cada grupo, cultura ou sociedade.

Poder
Está em todos os lugares e a possibilidade de resistência também.  As relações de poder só se exercem entre sujeitos livres.
Formas de dominação (poder) implicam em resistência e criacão de contra-poderes.
Resistência ao capitalismo – movimento sindical. (contra-poder)

“o sujeito é atravessado pelas regras morais ao construir sua forma de inserção social (nardi) [...] é necessário desconstruir os regimes de verdades que se apresenta sob a forma de formações discursivas que naturalizam as relações sociais [...] e desnaturalizam as formas de dominação, demosntrando que elas sã históricas e contextuais.

Centralidade do TRabalho
Apesar das transformações contemporâneas (desregulamentação e ruptura da coesão social, globalização, etc.) o trabalho continua central do ponto de vista da estrutura social e da construção material e pasíquica dos sujeitos. Ainda vivemos num modo de produção capitalista (Singer, 1998), no qual a grande maioria da população depende de vender a sua força de trabalho para garantir sua existência. O trabalho é modo de manutenção dos seres humanos que garante a aquisição dos proventos necessários a sua sobrevivência.
É exatamente por fazer falta na organização da sociedade, seja pela precarização como pela via do desemprego, que o trabalho se torna mais central. Isto justifica a grande produção intelectual a respeito do trabalho e o debate político em torno dodesemprego.

3 fatos históricos
Reforma Protestante
Marca o momento quando o trabalho passa a ser pensado como vocação e passa a ser valorizado como esforço individual ante à necessidade de sobrevivência e como elo entre o indivíduo e a sociedade.
No séc. XVIII o trabalho representava, basicamente, o esforço individual devido à imposição da sobrevivência. O trabalho ainda não havia se disseminado como valor moral para o conjunto da classe trabalhadora.
Trabalho:
  • Laço social fundamental
  • Modalidade de aprendizagem
  • Via de libertação da alienação e exploração
  • Via de emancipação
  • Via de humanização e civilização do mundo (séc. XVIII)

Revolução Francesa e Revolução Industrial
Na passagem do feudalismo para o capitalismo surge uma sociedade de indivíduos proprietários. Na sociedade feudal o indivíduo não era proprietário de si, mas sim do senhor feudal. A partir da inserção do trabalhador no sistema capitalista ele se torna proprietário dos seus bens e de si mesmo.
A Revolução Francesa e a Revolução Industrial marcam a passagem entre esses dois sistemas.
A evolução Francesa foi uma revolução burguesa  baseada em princípios liberais. Acabou por ser engolida pela Rev. Industrial (inglesa) que trouxe um maciço avanço na economia do capitalismo industrial em escala mundial, no progresso e no liberalismo. A sobreviv~encia obrigou os cidadãos trabalhadores franceses “livre e iguais’  a aceitarem relações de trabalho absolutamente perversas.
Apesar da Re. Franc ter concedido direitos políticos iguais aos cidadãos, os trabalhadores, devido a condição de “não proprietários”, não gozavam de uma igualdade de fato, pois estavam “despossuídos de di mesmos.

Anomia:
Ausência de uma regulamentação capaz de assegurar a cooperação entre as funções especializadas em uma sociedade causada pela falta de interação entre os diferentes papéis desempenhados pelos indivíduos na sociedade.

Coesão Social

“É assegurada pela cooperação regulamentada entre os indivíduos já associados pela divisão do trabalho, tornando os indivíduos interdependentes, ela não divide, ela une” (Durkenheim)
“Emprego á forma de integração por excelência da sociedade salarial, a qual é regulada pelo conjunto de regras e proteções que caracterizam o que se chama de Estado Social.
“O emprego assalariado estável coloca o trabalho em uma nova ordem social, a qual deveria garantir a distribuição de renda e o crescimento econômico. “neste contexto, o trabalho se transforma na garantia da integração e da coesão social. No séc. XX as relações de trabalho assumem a forma contratual que caracteriza o emprego.
Lidke (1997) – associação trabalho/emprego, construída na sociedade industrial e que tornou-se “importante referencial para o desenvolvimento emocional, ético e cognitivo do indivíduo ao longo do seu processo de socialização, para seu conhecimento social, para seu reconhecimento social, para atribuição de prestígio social intra e extragrupal.”
A partir dos anos 70 passagem do modelo fordista para acumulação flexível.
Vida material onde se constitui a subjetividade.
A propriedade social torna possível aos indivíduos gozar de forma igualitária os direitos de cidadão. É o surgimento da propriedade pública que permitiu a superação do propriedade priva da como suporte do indivíduo para que ele pudesse tornar-se proprietário de si mesmo.
A prorpiedade privada (social) é algo que não se pode comprar no mercado e que gera segurança, depende de um sistema de direitos e obrigações. A aposentadoria, por exemplo, uma vez conquistada, cabe ao Estado garanti-la.
Na Europa do pós-guerra se dá a consolidação da sociedade salarial, através da construção do Estado  Social. È o trabalho sob forma e emprego estável, que permitiu a filiação `asociedade salarial.
Propriedade social – função suporte para existência dos indivíduos – processos de subjetivação dos trabalhadores.
O grau de liberdade possível para a construção de uma ÉTICA que se formula, de fato, a partir de uma prática reflexiva possibilitadora de alteridade, depende dos suportes materiais que permitem  afirmar-se para além do mundo da necessidade, ou seja, para além da luta cotidiana pela sobrevivência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário